Opinião

Tropas federais atuam também em Niterói e São Gonçalo

As tropas das Forças Armadas que já estão atuando na fase Rio de Janeiro do Plano Nacional de Segurança estão divididas nas áreas da Baixada Fluminense, da cidade do Rio de Janeiro e no leste metropolitano, atingindo Niterói e São Gonçalo. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou que esta primeira etapa da operação vai terminar após o reconhecimento desses locais. “Quando elas saírem, daqui a alguns dias, uma segunda operação não será necessariamente igual. Sempre com um objetivo: golpear o crime organizado e retirar a sua capacidade operacional”, revelou.

A fase Rio de Janeiro do Plano Nacional de Segurança foi batizada de Operação Segurança e Paz. Segundo o ministro, ainda que ocorra reação dos criminosos, não haverá recuo nas medidas. “Nós estamos no Rio em busca, exatamente, da segurança e paz, mas sabemos que teremos reações. Nossa mensagem é: não vamos recuar. Nós estamos determinados e vamos até o fim, porque o Rio de Janeiro, que é o nome desta fase da operação muito mais ampla, o Rio de Janeiro quer segurança e paz”, completou.

O comandante da operação, general Mauro Sinott, disse que a atuação das Forças Armadas será feita em função da necessidade operacional da segurança pública. “Nós iremos complementar com nossas capacidades alguma demanda que, por ventura, a segurança pública não tenha condição de manter com suas tropas”, contou, dando como exemplo uma grande operação para cumprimento de mandados.

Neste caso, segundo o general, seria preciso fazer operações de cerco, o que, de acordo com ele, seria uma grande dificuldade para as polícias. “Podemos contribuir com este esforço em missões específicas de uma operação planejada na área de segurança pública”, concluiu, informando ainda que não há uma rotina de participação das Forças Armadas. “Neste período, nós participaremos de diversas formas, em vários lugares”.

De acordo com o comandante, as tropas foram divididas, prioritariamente, para ficar nas suas áreas originais de atuação. No caso da Baixada Fluminense, o general Sinott explicou que a 9ª Brigada está desenvolvendo operações de reconhecimento na área, “estabelecendo as ligações com os diversos órgãos de segurança pública que operam nesta região, para, a partir daí, formar um conhecimento operacional que permita desencadear qualquer operação no futuro”, contou. Mas isso não significa que permanecerão o tempo todo no local. “Tenho uma área destinada àquela tropa que proritariamente irá atuar naquele local. [Mas] Não vai ficar lá o tempo todo”, apontou.

Jungmann destacou que a operação não dará resultados extraordinários do dia para a noite, mas pediu um crédito da população. “É fundamental uma ação de, apesar da descrença, conseguir forças para nutrir com esperança. Estamos aqui sem fazer promessas mirabolantes e sem dizer que vamos, por milagre, com um passe de mágica, resolver todas as questões; Não é isso. Estamos aqui dentro de uma concepção integrada, dispostos a trabalhar duro”.

O ministro chamou atenção de que o tráfico de drogas no Rio não pode ser atacado apenas em território brasileiro, porque é considerado transnacional. Neste sentido, o governo federal tem buscado a cooperação de dez países no entorno do Brasil, entre eles, entre eles quatro países cujos territórios são usados para produção de drogas. Revelou que já realizou reuniões com autoridades da Colômbia para troca de informações de inteligência. Os próximos encontros serão no dia 11, com autoridades do Peru, e nos dias 16 e 17, com a Bolívia. “É tão importante essa atuação conjunta dos países que tenho estimulado a criação da Autoridade Sul-Americana de Segurança, porque hoje não vamos resolver os nossos problemas só no território nacional”.

Por: Cristina Indio do Brasil / EBC