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Gabriel Sampaio conquista bicampeonato no Itacoatiara Big Wave 2023

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Gabriel Sampaio | Foto: Tony D'Andrea
O cinegrafista Matheus Couto subiu ao pódio três vezes e foi um dos destaques da competição, que premiou ainda melhor performance feminina e maior onda surfada

O Itacoatiara Big Wave anunciou, na noite desta terça-feira (12), os vencedores da edição de 2023. O surfista niteroiense Gabriel Sampaio se sagrou bicampeão com um total de 26.79 pontos. A dupla Yana Vaz e Gleyson Silva levou o troféu de melhores cinegrafistas e Nando Fernandes, como melhor piloto. Este ano o IBW foi disputado apenas na modalidade tow-in (quando o atleta é rebocado por um jet ski). Também foram premiadas a maior onda surfada e a melhor performance feminina.

Campeão na modalidade remada em 2022, Gabriel ganhou também o prêmio de piloto da maior onda surfada do campeonato este ano. O cria da casa falou sobre os títulos e a sua amizade com os outros competidores, a quem chama de ídolos.

“Pra mim representa muita coisa. Ainda mais, eu tendo o título da remada do ano passado, e com esse do tow-in é uma realização profissional incrível. Além de tudo, o orgulho de ser de Niterói e conseguir ganhar de vários ídolos, meus amigos, que trabalham comigo, mas também são meus ídolos. Vou também tentar trazer isso para o lado profissional e conseguir crescer, conseguir produzir cada vez mais, e participar de outros campeonatos”, diz o surfista.

O havaiano Kalani Lattanzi, que também cresceu nas ondas pesadas da praia de Itacoatiara, ficou em 2º lugar, com 26.27 pontos, junto com os cinegrafistas Matheus Couto e Teo Curi, e o piloto Paulo Diego Imbica. Vice-campeão na modalidade remada ano passado, ele ressalta a sua relação de amor com Itacoatiara e a importância de preservar o meio ambiente do local.

“Itacoatiara é uma relação de amor que eu tenho enorme. É o lugar que eu mais amo no mundo inteiro. Eu amo esse lugar. Eu quero muito que Itacoatiara seja conhecida pelas ondas grandes e pelos atletas, além de incentivar a preservação do lugar, sempre. Que o Big Wave atraia um turismo ecológico, consciente, e se desenvolva preservando o meio ambiente, e trabalhando o social”, afirma o aquaman, como Kalani é conhecido no mundo do surfe.

Completaram o pódio o saquaremense e ex-BBB Lucas Chumbo, que somou 22.99 pontos, junto com o cinegrafista Yunes Khader e o piloto Ian Cosenza. Na edição do ano passado, Chumbo também ficou em terceiro lugar na categoria tow-in.

A melhor performance feminina ficou por conta da carioca franco-brasileira Michelle Des Boullions, em parceria com os cinegrafistas Matheus Couto e Yana Vaz, além do piloto Ian Cosenza. Ela desbancou a paranaense Michaela Fregonese, vencedora em 2022.

“Quero parabenizar a todos pela realização do evento. É muito importante eventos que promovam o surfe de ondas grandes. Muito obrigado! Eu estou muito feliz! Itacoatiara é desafiadora, difícil, e eu amo demais! Me divirto! Eu fui lá para isso! Foi bom o campeonato. Fiz um free surfe com os melhores amigos, que me inspiram. Fui para aproveitar, me divertir e, é claro, ganhar”, conta a vencedora.

E o prêmio de maior onda ficou com Nando Fernandes, que surfou um tubo de 5 metros de altura. O cinegrafista e piloto da equipe foram Matheus Couto e Gabriel Sampaio, respectivamente. Nando levou ainda o prêmio de piloto da equipe campeã.

Critérios de julgamento

No formato tow-in, as provas do IBW 2023 foram abertas para surfistas consagrados e amadores, homens e mulheres, e as chamadas foram realizadas com base na previsão das grandes ondulações (swells). Durante a janela de dois meses (julho e agosto), os atletas surfaram grandes ondas, todas registradas em vídeo e enviadas para serem julgadas por um comitê técnico especializado.

Os critérios de julgamento foram o tamanho, criticidade e dificuldade da onda, além de manobras e controle, o que inclui a atitude do atleta em se colocar na parte crítica da onda em uma situação de risco a execução de manobra.

Para cada onda julgada, foram atribuídas cinco notas (uma para cada juiz). A maior e a menor foram descartadas, e das três restantes foi calculada a média. A nota final foi obtida pela soma das duas maiores notas, sendo a maior multiplicada por dois. Esse é o critério adotado pela Liga Mundial para o surfe de ondas grandes.

O campeonato contou com a participação da elite do surfe de ondas grandes no Brasil, além de atletas internacionais do Chile e Peru. Nomes como Henrique Vaz, Pedro Calado, Fabiano Passos, Chacha Ibarra, Miguel Huat e Daniel Rodrigues se jogaram nos tubos insanos e pesados de Itacoatiara. Guilherme Hilel, Felipe Vinagre, Iankel Noronha, Ilan Blank, Vini dos Santos, Ignácio Salazar e Gutemberg Goulart também enfrentaram as ondas da praia niteroiense que já foi autorizada a usar o título de a Nazaré brasileira, em alusão à praia de Portugal onde é disputada a mais famosa competição de ondas gigantes do mundo.

Formação de um circuito internacional

Presidente da Associação de Surfe de Ondas Grandes e Tow-In de Niterói e idealizador do Itacoatiara Big Wave, Alexey Wanick lembrou que o IBW é uma das poucas competições da modalidade no mundo, sendo a única realizada em 2023, e vai servir de modelo para a criação do circuito internacional de tow-in, que terá a participação de Portugal, Chile e Peru.

“Hoje são poucas as competições de tow-in no mundo. Este ano, por exemplo, a única realizada até o momento foi aqui em Itacoatiara. E o tow-in é um esporte que está crescendo, que tem um dinamismo e atratividade bastante diferenciados, por conta do desafio dos jet skis, do tamanho das ondas que os surfistas conseguem pegar com apoio das máquinas, e Niterói está se destacando em níveis nacional e internacional por conta disso. E esse destaque traz benefícios não só para o esporte, mas também para a divulgação da cidade através do esporte. Neste ano, a gente recebeu a elite internacional aqui em Niterói, e, nos próximos anos, o trabalho vai continuar. A parceria com Nazaré tende a dar um incremento nisso, na medida que a gente pensa em construir com o Chile, Peru e Portugal um circuito, porque não existe um circuito mundial da modalidade, estamos bastante empenhados nessa construção,”, explicou.

Ao todo, foram distribuídos R$ 88 mil em prêmios, divididos entre os surfistas, cinegrafistas e pilotos. A premiação aconteceu na Alameda Gastronômica do Plaza Shopping, no Centro de Niterói.

Quem se destacou bastante na festa foi o cinegrafista Matheus Couto, que ganhou três prêmios. Ele fez parte da equipe segundo colocada, além de ter filmado a melhor performance feminina e a maior onda. Ian Consenza foi outro destaque do IBW, com dois prêmios, o de piloto da equipe vice-campeã e da equipe que pegou maior onda.

“É uma felicidade muito grande. Eu sabia que estava na disputa, porque os atletas pegaram ondas muito boas, mas o resultado é sempre uma incógnita, porque tiveram várias ondas boas surfadas. O fato de ter a premiação para o cinegrafista é muito importante para a nossa cena, porque é um incentivo. E ganhar esses prêmios é sempre muito legal. Ser premiado em equipe é muito especial. Eu fiz parcerias com atletas incríveis!”, afirma.

Edição de 2024 confirmada e patrocínios

Secretário de Esporte e Lazer de Niterói, Rubens Goulart, frisa que o município tem uma grande tradição no surfe de ondas grandes e disse querer continuar a apoiar o IBW, que já tem a edição de 2024 garantida.

“Na verdade, as ondas grandes sempre aconteceram aqui na cidade de Niterói e foram descobertas pelos big riders em termos de competição há pouco tempo. É um formato que vem se adaptando a cada ano que acontece. Cada ano tem uma coisa nova que a gente consegue colocar em prática. E Itacoatiara é essa beleza natural, essa condição de mar diferente de vários lugares no Brasil. São pouquíssimos os lugares que têm essas condições. Temos que aproveitar. Essa natureza e essa beleza espetacular é muito diferente dos outros lugares. Então a gente quer que esse evento permaneça e continue a acontecer aqui na cidade”, disse.

O presidente da Niterói Empresa de Turismo e Lazer – Neltur, André Bento, falou sobre a importância de eventos como o Itacoatiara Big Wave no cenário esportivo e turístico da cidade.

“A gente vem falando muito com o Alexey, com os surfistas, com os atores desse trade, como Itacoatiara já é conhecida no meio esportivo. Mas, agora, ela precisa ser conhecida por pessoas que fazem o turismo convencional. Da mesma forma que nós vamos para Nazaré ver as ondas gigantes, apesar de não nos arriscarmos a encará-las, como espectadores fazemos parte do espetáculo. O turismo depende do entretenimento. E, consolidando essa política em Niterói, botando Itacoatiara nesse patamar, ajudamos a trazer turistas, e os turistas trazem receita, trazem dinheiro novo, geram emprego e renda. Isso é muito importante para a cidade. É uma satisfação enorme estar aqui e poder apoiar eventos desse cunho”, afirmou.

O Itacoatiara Big Wave é realizado através da Prefeitura de Niterói por meio da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, com apoio da NOB, Jappa da Quitanda, Brodão Brasil e da Secretaria Municipal do Clima.

Resultados Tow-In

  • Campeão

    Surfista: Gabriel Sampaio – 26.79 pts (R$35 mil)
    Cinegrafista: Yana Vaz e Gleyson Silva (R$5 mil)
    Pilotos Jet Ski: Nando Fernandes (R$5 mil)

  • 2º Lugar

    Surfista: Kalani Lattanzi – 26.27 pts (R$15 mil)
    Cinegrafista: Matheus Couto e Teo Curi (R$2 mil)
    Piloto Jet Ski: Paulo Diego Imbica (R$3 mil)

  • 3º Lugar

    Surfista: Lucas Chumbo – 22.99 pts (R$5 mil)
    Cinegrafista: Yunes Khader (R$1,5 mil)
    Piloto Jet Ski: Ian Cosenza (R$1,5 mil)

  • Melhor performance feminina

    Surfista: Michelle Des Bouillons (R$5 mil)
    Cinegrafistas: Matheus Couto e Yana Vaz (R$1,5 mil)
    Piloto Jet Ski: Ian Cosenza (R$1,5 mil)

  • Maior onda

    Surfista: Nando Fernandes (R$5 mil)
    Cinegrafista: Matheus Couto (R$1 mil)
    Piloto Jet Ski: Gabriel Sampaio (R$1 mil)