A Polícia Militar do Rio de Janeiro ocupa nesta quarta-feira (3) a Cidade de Deus, na zona oeste da capital. Segundo a Secretaria de Estado da Polícia Militar, a operação, que começou no início da manhã e vai durar 24 horas tem o objetivo de retirar barricadas instaladas por criminosos para dificultar a entrada de agentes de segurança na comunidade, a apreensão de carros roubados ou clonados e o combate a ações criminosas.
A ocupação é feita por integrantes do 18º Batalhão de Polícia Militar (Jacarepaguá), com apoio do Grupamento Especial de Salvamento e Ações de Resgate (Gesar) e do Batalhão de Ação de Cães (BAC).
“O comando do 18º BPM iniciou, nesta manhã (3), uma operação excepcional na Cidade de Deus, em Jacarepaguá, comunidade utilizada como base por um grupo criminoso para cometer uma série de delitos. A ação conta com apoio de outras unidades. O policiamento na região está reforçado”, disse a PM em seu perfil na rede social X, o antigo Twitter.
Policiais do BAC apreenderam cerca de 70 quilos de maconha na comunidade, na localidade conhecida como Caminho do Outeiro. Conforme a secretaria, a ação contou com apoio de cães farejadores, e o patrulhamento na comunidade continua.
Também na rede social, a PM informou que um olheiro do tráfico de drogas foi preso no momento em que monitorava e repassava informações para o grupo criminoso responsável pelo crime organizado na Cidade de Deus. “Ele monitorava a ação de policiais militares que estão atuando no dia de hoje no interior da comunidade”. A mensagem no X inclui a imagem do radiocomunicador apreendido com o olheiro, que segundo a secretaria, foi preso na Travessa do Sal, na localidade Novo Mundo.
A prisão do criminoso foi realizada por policiais militares do 18º BPM. Ainda na rede social, a PM postou vídeo mostrando a retirada de barricadas pelos agentes no interior da comunidade, com o auxílio de uma retroescavadeira. Antes de começar o trabalho, criminosos atearam fogo a barricadas utilizando pneus. Essa é uma das formas que eles usam para impedir a ação dos policiais.
Saúde
Por causa da ocupação, estão suspensos os serviços de atendimento à população no Centro Municipal de Saúde Hamilton Land e na Clínica da Família Lourival Francisco de Oliveira. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, as unidades “acionaram o protocolo de acesso mais seguro para segurança de profissionais e usuários”.
A secretaria informou ainda que está mantido o atendimento na Clínica da Família José Neves. “Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, estão suspensas”, completou a pasta.
Por volta das 12h, a PM fez a atualização dos resultados parciais da ocupação e informou a prisão de mais um homem que também estava com um radiotransmissor, desta vez na Avenida Ezequiel, na comunidade. Além disso, foram apreendidos um carro e três motos roubadas. De acordo com a polícia, até aquele momento cerca de 3 toneladas de barricadas foram retiradas em diversas ruas com o auxílio de retroescavadeiras. Em algumas, os policiais precisaram usar as máquinas para quebrar blocos de concreto. Em outras, tiveram que apagar o fogo ateado a pneus.
Em meio à ocupação, moradores postaram mensagens nas redes sociais e relataram a movimentação dos policiais. Contaram ainda que foram acordados no início da manhã com muito barulho de fogos de artifício. Eram criminosos a avisar sobre a presença da PM na CDD, como a comunidade é chamada popularmente.