Por Bernardo Ariston
Faz cinco anos que a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram brutalmente assassinados, mas até agora não se sabe quem ordenou o crime. Apesar das prisões de Ronnie Lessa, um policial militar reformado que seria o executor e de Elcio de Queiroz, ex-policial militar que dirigiu o carro usado no crime, as razões e os mandantes dos assassinatos ainda são desconhecidos.
O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes tem sido um tema recorrente nos noticiários do Brasil e do mundo. Ao longo dos últimos cinco anos a investigação da Polícia Civil do Rio teve cinco delegados diferentes, bem como três equipes distintas do Ministério Público Estadual atuaram no caso, o que gerou críticas de familiares e movimentos sociais. Essas constantes mudanças no comando das investigações levantaram suspeitas de obstrução na apuração dos fatos.
Durante o mês de maio de 2019, a Polícia Federal informou que depoimentos falsos foram apresentados com a finalidade de dificultar a elucidação dos homicídios. Em julho de 2021, procuradoras abandonaram o caso alegando que houve intromissão externa na investigação.
O novo comando do Ministério Público Estadual expressou seu compromisso em conduzir uma investigação técnica e minuciosa, com foco em identificar todos os envolvidos no caso Marielle. Contudo, o MP reconhece que a tarefa não é fácil, já que os executores eram profissionais e ex-policiais militares que possuem conhecimentos sobre investigações.
Até agora, a maior evolução no caso ocorreu em março de 2019, com a prisão de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz. Lessa é acusado de ter atirado em Marielle e Queiroz é acusado de dirigir o carro utilizado nos assassinatos. Após quatro anos, eles ainda estão presos, mas não foram julgados, ambos respondem por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima) e pela tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, ex assessora de Marielle, que curiosamente, ao longo da investigação teve contato apenas com um delegado, Giniton Lages, que assumiu o caso entre 2018 e 2019. Fernanda foi contatada novamente pelo Ministério da Justiça em janeiro deste ano para prestar depoimento.
Desde o início, a federalização das investigações foi cogitada e foi inclusa em um pedido da então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em setembro de 2019. No entanto, a tentativa foi bloqueada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelos familiares das vítimas, além da falta de interesse do governo federal na época.
Em fevereiro deste ano, o Ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal assumisse a investigação do caso. Com a federalização, as investigações foram equipadas com mais recursos e uma nova equipe foi montada para retomar as investigações e buscar respostas para o crime que abalou o país e o mundo. Espera-se que a investigação seja reativada e que os responsáveis pelo assassinato de Marielle e Anderson sejam finalmente identificados.
Enquanto isso, a memória de Marielle Franco continua presente nas ruas, nas manifestações, nas redes sociais e nos corações daqueles que lutam por justiça, igualdade e direitos humanos. Seu legado inspira uma nova geração de líderes políticos e sociais, que continuam lutando por um mundo mais justo e inclusivo. É fundamental que o caso Marielle seja solucionado o mais rápido possível, em respeito à sua memória e à causa que ela representou. Justiça, Justiça, Justiça! É preciso resposta a pergunta que não cala depois de cinco anos: Quem mandou matar Marielle e Anderson?