DICAS DE PSICOLOGIA – A depressão é uma doença que vem acometendo cada vez mais pessoas pelo mundo, o que a tornou o tema da campanha da Organização Mundial de Saúde deste ano, que estimula que se fale sobre ela, afim de conscientizar as pessoas sobre sua relevância. Isso se torna ainda mais significante quando observada a estatística que aponta o suicídio como a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Sim, o suicídio é a consequência mais grave desta doença.
A depressão, em muitos casos, se instala de maneira lenta e progressiva, tendo como alguns sintomas: a falta ou excesso de sono; alterações no apetite; ansiedade; irritabilidade; tristeza; desânimo constante; perda de interesse ou prazer pelas atividades; falta de concentração; cansaço físico e dores musculares. Por serem sintomas que podem estar relacionados com muitas situações da vida, é comum passarem despercebidos até que a doença comece a afetar de forma mais evidente o cotidiano da pessoa.
Especialmente na adolescência, muitas vezes a depressão é mascarada pelas famosas crises da idade, pelo isolamento social, pelas mudanças de humor, entre outros comportamentos percebidos pelas pessoas como comuns nesta idade. No entanto, o sofrimento do/a adolescente com depressão é manifestado e quer ser visto. Nem sempre o indivíduo, em qualquer fase da vida, consegue falar sobre seus sentimentos, seus medos, e é especialmente difícil conversar sobre ideias de morrer. E na adolescência as formas de pedir ajuda podem ser ainda mais limitadas por sentimentos de insegurança, medo de ser julgado/a, de não ser aceito/a, de ter seu sofrimento intensificado.
Assim, se faz necessário estar atento ao que a pessoa expressa. Expressa com o corpo, com sentimentos, com palavras. Evitar pessoas depressivas por acharem que elas são chatas, que só reclamam, que estão sempre com o humor sensível, “astral ruim”, dentre outras razões comuns, só agravam a doença. O isolamento e a falta de apoio social são forte estimuladores da depressão. É preciso falar, conversar, se aproximar, buscar entender os comportamentos daquele indivíduo que você percebe que não está como você costumava ver. E quando estiver perto, não julgar, não dizer “sai dessa”, “tem tanta coisa boa na sua vida pra você ficar desse jeito”, “isso passa, é só você parar de se lamentar” ou outras tantas falas que o depressivo escuta e que o fazem sentir mais impotente e incompreendido.
A depressão tem tratamento, e como na maioria das doenças, quanto antes for diagnosticada, melhor. Se você percebe que sente a permanência de alguns sintomas citados acima, ou os percebe em algum/a colega ou amigo/a ou familiar, não hesite, busque ajuda. Casos de depressão leve podem ser tratados sem medicação, e de depressão grave, se não tiverem o tratamento correto, podem agravar seriamente a saúde física e mental. Portanto, mais do que um gesto de cuidado, olhar com atenção para o/a adolescente e para as pessoas que nos cercam, é um gesto de respeito pela vida.
Na semana que vem, falarei sobre os transtornos de aprendizagem, que afetam a vida de crianças, adolescentes e adultos muitas vezes sem serem reconhecidos. Até lá!
Ana Claudia Marques – Psicóloga
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