
Nesta semana, as farmácias e drogarias do país começaram a vender uma caneta contra obesidade desenvolvida pela farmacêutica brasileira EMS. O medicamento injetável, batizado de Olire, é análogo aos já conhecidos Ozempic e Mounjaro. O remédio tem a liraglutida como princípio ativo e funciona como agonista do GLP-1, quer dizer, capaz de imitar a ação do hormônio GLP-1, regulando os níveis de açúcar no sangue e auxiliando na perda de peso. A nutróloga Sabrina Guerreiro, coordenadora clínica de Terapia Nutricional e Nutróloga do Hospital Badim/ Rede D’Or, do Rio de Janeiro, e especialista em processos de emagrecimento, comparou o primeiro medicamento do tipo produzido no Brasil com as canetas mais famosas do mercado.
“Ter mais uma opção de medicamento para controle da diabetes e emagrecimento é muito positivo para os pacientes, pois a concorrência contribui para a redução do preço de venda e permite que mais pessoas tenham acesso a alternativas modernas de tratamento”, avalia a médica.
Composição
Ozempic é composto pela molécula semaglutida enquanto Mounjaro é feito com a tirzepatida. Já Olire é produzido com a liraglutida. “Todos os três medicamentos foram criados para combater a diabetes tipo 2 e a obesidade, atuando como agonistas do GLP-1, porém cada um tem uma eficácia e frequência de uso”, explica a nutróloga. Ela ressalta ainda que a tirzepatida é o único medicamento que é duplo análogo (GLP-1 e GIP). GIP também é um hormônio intestinal e estimula a liberação de insulina pelo pâncreas.
Frequência de aplicação
Sabrina explica que a liraglutida, presente no medicamento brasileiro, tem efeito por 13 horas e, por isso, precisa de aplicações diárias. Já a semaglutida, princípio do Ozempic, deve ser usada uma vez por semana, assim como a tirzepatida, substância do Mounjaro.
Eficácia
A médica aponta que os medicamentos possuem desempenho distintos. “Estudos apontam que a tirzepatida, presente no Mounjaro, tem o melhor efeito para emagrecimento se comparado à semaglutida e à liraglutida. A liraglutida tem a menor potência tanto para o controle da glicose no diabetes, quanto para a perda de peso. Porém todos apresentam resultados quando bem indicados”, compara a nutróloga.
Sabrina alerta que os medicamentos precisam ser utilizados com prescrição e acompanhamento médico: “É importante que a pessoa passe por uma avaliação para conhecer o tratamento mais indicado para o seu caso. Além disso, o remédio deve fazer parte de uma estratégia que envolve outras ferramentas, como mudança de estilo de vida, prática de exercícios físicos e melhora da alimentação”.
A nutróloga Sabrina Guerreiro é especialista na condução de processos de emagrecimento, Médica formada pela Universidade Federal Fluminense, Sabrina é pós-graduada em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia e coordenadora Clínica da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional e nutróloga do Hospital Badim/ Rede D’Or.