
Pesquisadores da UFF, em Niterói, com apoio do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP-UFF), avaliam se a sildenafila pode reduzir danos do estresse em pacientes com hipertensão resistente. A pesquisa integra a tese de doutorado da aluna Amanda Sampaio Storch, sob orientação de Natália Galito Rocha e Ronaldo Gismondi, entre outros.
Contexto e objetivo
O estudo PDE-5 Inhibition Mitigates Mental Stress-Induced Endothelial Dysfunction In Resistant Hypertension, liderado pelo Núcleo de Pesquisa em Hipertensão Arterial Sistêmica (NuPHAS) da UFF, investiga se a sildenafila pode mitigar a disfunção endotelial induzida pelo estresse em hipertensão resistente. O trabalho foi publicado na American Journal of Physiology – Heart and Circulatory Physiology.
Equipe e participação institucional
– Coordenação: Natalia Galito Rocha e Ronaldo Gismondi, com participação de Antonio Claudio Lucas da Nóbrega. – Participação do HUAP-UFF foi fundamental, com pacientes provenientes do NuPHAS e do HUAP. – A tese de doutorado é de Amanda Sampaio Storch, Programa de Pós-graduação em Ciências Cardiovasculares da UFF.

Metodologia
– Design: estudo controlado com pacientes de hipertensão resistente, avaliando o uso agudo de sildenafil vs. placebo. – Amostra: 13 participantes, entre 40 e 70 anos; 11 mulheres, todas na condição de pós-menopausa; 2 homens. – Duração: acompanhamento ao longo de duas semanas, com visitas clínicas de 1 hora e 15 minutos em ambiente controlado. – Protocolo: cada participante recebeu placebo e sildenafil em momentos distintos (somente um uso em cada sessão) para testar respostas sob estresse. – Estímulos de estresse: testes de cores, letras, palavras e sons. – Variáveis medidas: resposta endotelial e evolução da pressão arterial em três momentos — antes, imediatamente após e 30 minutos após a situação estressora.
Resultados iniciais
– O grupo que utilizou sildenafil apresentou maior dilatação dos vasos sanguíneos e menor pico de pressão arterial durante os momentos de estresse. – O endotélio respondeu de forma mais estável no grupo com sildenafil, sugerindo benefício vascular sob estresse. – Observou-se que a sildenafil age na via do óxido nítrico via PDE-5, promovendo vasodilatação e melhor circulação.
Implicações e próximo passos
– Apesar dos resultados promissores, o uso diário de sildenafil não está recomendado para hipertensão sistêmica. O próximo passo é investigar a aplicação regular, com ensaios clínicos, para avaliar benefícios vs. efeitos colaterais. – A pesquisa reforça a necessidade de evidências adicionais sobre segurança a longo prazo, incluindo potenciais efeitos adversos como dor de cabeça, rubor facial, congestão nasal e alterações visuais. – O estudo contribui para entender o papel da função endotelial e da via do óxido nítrico-GMPc na hipertensão resistente e pode orientar futuras abordagens terapêuticas complementares.
Financiamento e apoio
– O projeto contou com apoio institucional do HUAP-UFF e recebeu financiamento da FAPERJ, CNPq e CAPES, além de bolsas de mestrado e doutorado da CAPES. – O estudo também envolve a integração entre grupos da faculdade de Biomedicina da UFF e o HUAP-UFF.