A atriz de Travessia, Yohama Eshima, declarou recentemente que descobriu uma menopausa aos 27 anos e, após um diagnóstico médico de que ela não conseguiria engravidar, tornou-se mãe aos 32 anos. O assunto repercutiu na imprensa, trazendo uma discussão acerca da saúde da mulher e em torno do discurso da medicina sobre fertilidade.
Por conta disso, a Drª Cristiane Coelho, médica referência em fertilização, comenta sobre o assunto e explica como mulheres com menopausa precoce, antes dos 35 anos, podem engravidar naturalmente, embora muito raramente. “Antes da mulher parar de menstruar, os ovários já quase não produzem óvulos. Ou seja, neste sentido, primeiro os óvulos acabam ou estão em número bem reduzido, e depois a menopausa acontece. O nome desse processo é insuficiência ovariana prematura.”
A repercussão da notícia se deu pelo conhecimento popular, que entende que a mulher que está na menopausa não consegue engravidar de forma alguma. Porém, tratando-se da medicina, a fertileuta aponta que algumas surpresas podem ocorrer, principalmente se for levada em conta a qualidade de vida da mulher. “Pode ocorrer o fato de alguns folículos terem ficado nos ovários e, de repente, sofrerem o processo de ovulação. É raro, mas levando em consideração uma mulher de 27 anos, como no caso da atriz, é possível.”
Vale ressaltar que a maior possibilidade de conseguir uma gravidez após o diagnóstico de insuficiência ovariana prematura e menopausa precoce é através da ovodoação, em tratamentos de reprodução assistida, quando então a mulher escolhe características físicas de sua doadora de óvulos, semelhantes às suas, ou utiliza óvulos de uma parente sua até quarto grau.
“A fecundação ocorre com o espermatozóide do marido ou com banco de sêmen, no caso de produção independente, e a transferência de embrião acontece para o seu próprio útero, com chance bem animadora de uma gravidez acontecer” finaliza a médica.