Saúde

Médico de Niterói fala sobre relação entre demências e o acidente vascular cerebral

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No Brasil, a saúde é a maior preocupação dos brasileiros, como aponta a pesquisa divulgada pelo Instituto DataSenado em 2022. E o acidente vascular cerebral (AVC), ocupa o segundo lugar no ranking de patologias que mais atingem a população do Brasil, de acordo com o DataSUS. A literatura médica aponta que pacientes que já sofreram AVC podem desenvolver demência, como explica o dr. Marcus Tullius, coordenador de Neurologia do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), pertencente à Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil.

“Podemos dizer que, segundo alguns estudos, até 40% dos pacientes que sofrem um AVC podem desenvolver demência. Contudo, o mais importante é que até 90% dos casos de AVC e até 35% das demências poderiam ser evitadas se medidas fossem empregadas a tempo.”

Tulius explica que “demências” é um termo genérico usado pela população leiga que tem como objetivo descrever a perda de várias habilidades cognitivas, não apenas da memória, mas também da capacidade de resolver problemas, de cuidar de si próprio, de se comunicar claramente e até mesmo de realizar simples cálculos de soma ou subtração, muito comum em pessoas acima de 60 anos.

Além do envelhecimento, a segunda causa mais frequente de demência é o acidente vascular cerebral (AVC). Marcus Tulius comenta que, da mesma forma que uma pessoa pode ficar com uma ou mais partes do corpo paralisadas por causa do AVC, ela também pode ter áreas do cérebro comprometidas, inclusive regiões fundamentais para o desenvolvimento de funções básicas, a construção de pensamentos, o raciocínio e a memória.

“É interessante falar sobre a demência vascular, pois ela se inicia até três meses depois de um AVC isquêmico. E devemos observar diversos fatores de risco que são vistos tanto na demência vascular como na demência presente na doença de Alzheimer e no AVC: tabagismo, consumo excessivo de álcool, diabetes, hipertensão descontrolada e sedentarismo. Essas são doenças multifatoriais e não são mais vistas como apenas genéticas.”

Como prevenção, o neurologista afirma que existem várias formas de evitar o desenvolvimento de demências e do AVC, por exemplo, realizar atividades intelectuais; desafiar o cérebro de forma recorrente; fazer atividades físicas diárias; manter a pressão arterial controlada; adotar uma alimentação saudável e se envolver em ocupações que possam proporcionar prazer.