Saúde

Hospital Antônio Pedro realiza treinamento de combate à dengue

Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap)
Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap)
Instituições de saúde da Rede Ebserh estão engajadas no dia de conscientização nacional

Nos últimos anos, a dengue tornou-se uma preocupação constante no Brasil. Com ciclos endêmicos e epidêmicos, a cada quatro ou cinco anos, a doença apresenta um aumento significativo no número de casos, bem como na gravidade das ocorrências, resultando em mais hospitalizações.

Em 2020 foram registrados 1,4 milhão de casos. Em 2023 esse número subiu para 1,6 milhão, com 1.079 mortes e, em 2024, pode variar de 1,7 milhão a 5 milhões, de acordo com estimativas do Ministério da Saúde. As previsões foram feitas em parceria com o InfoDengue e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Neste sábado (02/03) será realizado o Dia D, uma mobilização nacional para reforçar as ações de prevenção e eliminação dos focos do mosquito, com o tema ‘10 minutos contra a dengue’. Atendendo ao chamamento da ministra da Saúde, Nísia Trindade, o Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF) integrante da Rede Ebserh está realizando um Treinamento de Manejo Clínico da Dengue.

Na última semana, cerca de 80 participantes, entre médicos, enfermeiros e residentes receberam orientações sobre o cenário atual da dengue, fluxo de notificação, tratamentos emergenciais, transmissão da mãe para o bebê, dengue infantil, vacina, prevenção, além de outros temas envolvendo a doença. O treinamento continua na próxima semana, nos dias 05 e 06 de março, no Auditório Aloysio de Paula, com os palestrantes: Ezequias Martins, infectologista e Claudete Cardoso, infectologista pediátrica.

Dia D

A ministra da Saúde reforçou a mobilização em todo o país. “Faço aqui um chamamento à sociedade, aos profissionais de imprensa, para que estejam conosco no Dia D – Brasil unido contra a dengue, no próximo sábado. Este é um momento de atenção não só das autoridades sanitárias, do Ministério da Saúde, mas também de toda a sociedade”, alertou.

“Ainda que essa pauta esteja concentrada na saúde, há uma importante discussão interministerial para enfrentamento dessa doença a médio e longo prazo, para isso temos reforçado ações estruturantes, com o papel fundamental do Presidente Lula nessa articulação”, complementou Nísia Trindade.

O que é a dengue?

A dengue é uma doença viral causada pelo vírus (DENV) do gênero Flavivirus, família Flaviviridae. Com quatro sorotipos diferentes – DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4 – a principal forma de transmissão é pela picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti. Outras formas menos comuns de transmissão incluem transfusão de sangue e transmissão da gestante para o bebê. É importante ressaltar que o vírus que causa a dengue não é transmitido de pessoa para pessoa, ou seja, não é uma doença contagiosa. Ele é transmitido somente por meio da picada do mosquito fêmea contaminado do Aedes aegypti.

Os sinais de alerta que indicam gravidade e requerem maior atenção incluem: sangramento espontâneo e de mucosa, dor abdominal intensa, vômitos persistentes, pressão baixa, sonolência e comprometimento dos órgãos. É fundamental procurar atendimento médico ao apresentar qualquer um desses sintomas, para avaliação e orientações quanto ao repouso, hidratação, sinais de alarme e monitorização com exames laboratoriais.

Medidas de tratamento e prevenção

O tratamento da dengue dependente, essencialmente, do estado clínico do paciente e da presença de sinais de gravidade. Por isso, o principal recurso terapêutico é a hidratação, que pode ser realizada em domicílio e via oral para casos leves, ou intravenosa e sob regime de internação hospitalar para casos mais graves. Como não existe um antiviral específico para tratar a doença, a hidratação costuma ser eficaz quando iniciada precocemente.

Nas situações graves, as complicações incluem hemorragias, pressão baixa, acúmulo de líquido em cavidades do corpo (como no pulmão, abdômen e coração), choque e óbito. Por isso, manter-se hidratado é o que vai auxiliar na recuperação do paciente e diminuir as chances de agravamento.

A vacinação é a forma mais efetiva de controle da doença. Atualmente existem duas vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para uso no país, sendo que uma delas foi incorporada ao SUS. A vacina tetravalente, com alta eficácia de proteção, consiste em duas doses com intervalo de três meses entre elas, independentemente de ter tido ou não dengue previamente.

É importante ressaltar que alguns remédios não devem ser tomados, por aumentarem o risco de sangramentos e hemorragias causados pela dengue. Dentre as medicações contraindicadas estão os anticoagulantes, tais como salicilatos (ácido acetilsalicílico, ácido salicílico, diflunisal, salicilato de sódio, metilsalicilato, entre outros), os anti-inflamatórios não esteroidais (indometacina, ibuprofeno, diclofenaco, piroxicam, naproxeno, sulfinpirazona, fenilbutazona, sulindac e diflunisal) e os anti-inflamatórios hormonais ou corticoesteroides (prednisona, prednisolona, dexametasona e hidrocortisona). Portanto, é fundamental que pessoas com suspeita de dengue evitem a automedicação e busquem orientação médica para o tratamento adequado da doença.

A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do Aedes Aegypti, eliminando reservatórios de água parada, que podem se tornar criadouros. Além disso, durante o dia, quando os mosquitos estão mais ativos, é indicado utilizar roupas que minimizem a exposição da pele, proporcionando alguma proteção contra as picadas. O uso de repelentes e inseticidas, seguindo sempre as instruções de rótulo, também pode ser eficaz. Para aqueles que dormem durante o dia, como bebês e pessoas acamadas, os mosquiteiros são uma boa opção para se proteger.

Rede Ebserh

O Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF) faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde abril de 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.

Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.