Saúde

Fiocruz confirma circulação de nova variante da Covid-19 no Rio

Fiocruz confirma circulação de nova variante da Covid-19 no Rio. Conheça a variante XFG e suas implicações para a saúde.

Créditos: depositphotos.com / carloscastilla
Créditos: depositphotos.com / carloscastilla

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) confirmou, por meio de sequenciamento genético, a circulação da variante XFG do vírus SARS-CoV-2 na cidade do Rio de Janeiro. A cepa, que já se espalha em vários países, foi identificada em 46 casos de Covid-19 entre os dias 1º e 8 de julho, representando 62% das amostras analisadas nesse período.

A detecção foi feita em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS Rio), como parte de uma estratégia de vigilância genômica reforçada, que monitora possíveis alterações no perfil do vírus.


O que é a variante XFG e por que ela preocupa?

A linhagem XFG é uma variante recombinante originada a partir de outras duas linhagens virais, e apresenta mutações na proteína spike, que podem oferecer algum nível de evasão imune. Ela foi classificada em junho de 2025 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma “variante sob monitoramento”.

Segundo a virologista Paola Resende, do IOC/Fiocruz e membro do grupo técnico da OMS:

“A XFG não apresenta indícios de maior gravidade clínica, nem de impacto significativo na eficácia das vacinas ou antivirais. No entanto, seu comportamento exige atenção.”


Rio é o quarto estado com circulação confirmada da XFG

Antes do Rio, a variante já havia sido identificada em:

  • São Paulo (2 casos)
  • Ceará (6 casos)
  • Santa Catarina (3 casos)

Com o avanço das análises genômicas, a expectativa é que novos estados também confirmem circulação da linhagem nos próximos meses.


Casos leves e maior testagem levaram à descoberta

O aumento recente de casos leves de Covid-19 em unidades de saúde motivou a ampliação da coleta de amostras pela SMS Rio. Entre os dias 1º e 8 de julho, foram analisadas 74 amostras, das quais 46 apresentaram a variante XFG.

Outras linhagens também foram identificadas, como a NB.1.8.1, também sob vigilância. A ação integra um protocolo que já havia se mostrado eficaz na identificação da variante XEC em 2023.


A importância da vigilância genômica e da vacinação

A pesquisadora Paola Resende destaca que a vigilância genômica contínua, aliada à coleta clínica de dados, é essencial para uma resposta rápida às variações do vírus.

“A integração entre dados genéticos e clínicos permite entender a propagação e agir preventivamente”, afirma.

Ela também reforça a importância da vacinação atualizada e dos cuidados com a higiene e proteção individual, especialmente durante o inverno, quando outros vírus respiratórios também circulam.


Vacinas continuam eficazes contra a XFG

Segundo a Fiocruz, as novas vacinas contra a Covid-19, adaptadas para a linhagem JN.1, continuam eficazes contra a XFG, sobretudo na prevenção de formas graves, sintomáticas e fatais da doença.


Parceria entre SMS e Fiocruz fortalece resposta à pandemia

A confirmação da variante só foi possível graças à articulação entre o município e o Instituto Oswaldo Cruz, que garante uma rede eficiente de vigilância genômica. Segundo o coordenador do CIEVS da SMS, Caio Ribeiro, essa cooperação permite antecipar ações como:

  • Abertura de leitos
  • Reposição de insumos
  • Orientações preventivas à população

“Hoje, a XFG é a linhagem dominante no município, mas não há aumento de internações ou óbitos relacionados”, afirma Ribeiro.


Recomendações seguem as mesmas: vacinar, higienizar e proteger

Mesmo com a chegada de novas variantes, as medidas de prevenção continuam as mesmas:

  • Vacinação em dia, especialmente públicos prioritários
  • Uso de máscara em caso de sintomas respiratórios
  • Higienização frequente das mãos
  • Evitar aglomerações em ambientes fechados, se possível

Resumo

A variante XFG é mais perigosa?

Não. Até o momento, não há evidências de que a XFG cause quadros mais graves ou escape das vacinas atuais.

A vacina atual protege contra a XFG?

Sim. As vacinas atualizadas com a cepa JN.1, disponíveis no SUS, continuam eficazes contra a XFG, principalmente em formas graves.

Onde a XFG já foi detectada no Brasil?

Em São Paulo, Ceará, Santa Catarina e agora no Rio de Janeiro. A tendência é que outros estados também façam identificação.

Como posso me proteger da variante XFG?

Vacine-se, use máscara se estiver com sintomas, lave as mãos com frequência e evite expor outras pessoas se estiver doente.