
Pesquisadores descobriram um mecanismo cerebral que funciona como um hodômetro, registrando cada passo dado por ratos em uma arena adaptada. O estudo sugere que humanos também compartilham esse recurso interno.
Essa descoberta inédita revela como nosso cérebro cria mapas internos para orientação e pode ter implicações importantes na detecção precoce de doenças como Alzheimer.
Como o cérebro registra a distância percorrida?
As chamadas células de grau disparam em ritmo regular a cada poucos passos, funcionando como um relógio interno que marca a distância percorrida. Esse padrão ajuda na navegação e na memória espacial dos animais.
Quando o ambiente é alterado, o padrão de disparos se torna irregular, prejudicando a estimativa de distância, um efeito observado também em voluntários humanos.
Experimentos com ratos revelam segredos da navegação
O estudo usou ratos soltos em arenas adaptadas para registrar a atividade de áreas cerebrais essenciais. Isso permitiu observar o funcionamento do hodômetro natural do cérebro em condições controladas.

- Monitoramento de células em tempo real
- Registro de passos e ritmo de disparos
- Avaliação de erros ao alterar o formato da arena
Esses experimentos ajudam a entender como mudanças ambientais afetam a percepção de distância e a memória espacial.
Testes em humanos confirmam o mecanismo interno
Voluntários caminharam em versões ampliadas da arena usada com ratos, mostrando que o cérebro humano também possui um relógio de quilometragem. Os padrões de disparo das células indicaram a mesma função de estimativa de distância.
- Mapeamento de trajetos percorridos
- Comparação com os padrões de ratos
- Verificação da precisão da estimativa de distância
Essa semelhança sugere que o mecanismo evoluiu de forma conservada entre espécies para auxiliar na navegação.
Possíveis aplicações para doenças neurodegenerativas
Como essas células estão localizadas em regiões afetadas no início do Alzheimer, o relógio de quilometragem pode servir como ferramenta diagnóstica precoce. Jogos de navegação poderiam ser adaptados para avaliar a função dessas células.

- Desenvolvimento de testes clínicos interativos
- Monitoramento de alterações precoces na memória espacial
- Estimativa de progressão da doença de forma não invasiva
Olhando para algo simples, como caminhar da cozinha até a sala, essas células formam um mapa interno que nos ajuda a nos situar no ambiente — James Ainge, professor da Universidade de St Andrews.
Dicas práticas para exercitar sua navegação interna
Mesmo sem laboratórios, é possível treinar o cérebro para estimar distâncias percorridas de forma intuitiva. Pequenos desafios podem ajudar a reforçar essa função natural.
- Andar por trajetos diferentes sem usar referências visuais
- Usar aplicativos que medem passos para comparar percepção e realidade
- Explorar novas rotas em ambientes familiares
Esses exercícios simples estimulam a memória espacial e podem aumentar a precisão do seu “hodômetro interno”.
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