Após relatar mal-estar e vertigens, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi diagnosticado com labirintite nesta semana. O sintoma predominante foi a sensação de que tudo ao redor estava girando, uma manifestação típica de distúrbios do labirinto, estrutura localizada no ouvido interno responsável pelo equilíbrio e pela audição.
Embora o termo tontura seja amplamente utilizado de forma genérica, especialistas alertam que a vertigem representa um sintoma mais específico. Segundo a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (SBORL), nem toda tontura é causada por labirintite — e o uso do termo de forma indiscriminada pode gerar confusão.
“A palavra ‘labirintite’ quase sempre é usada de forma incorreta, pois existem várias doenças diferentes que afetam o labirinto. Além disso, tonturas podem ter origem cardíaca, neurológica ou emocional”, informa a entidade.
VPPB: a principal causa de vertigem
A causa mais comum de tontura associada ao labirinto é a chamada Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB). A condição ocorre quando pequenos cristais dentro do labirinto se deslocam e passam a circular livremente em seu interior, gerando desequilíbrio.
O labirinto é o órgão onde circula um fluido que ativa os sensores de movimento e equilíbrio. Alterações nesse sistema provocam desequilíbrio, náuseas e até zumbidos no ouvido.
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Doenças do labirinto causam zumbido e perda auditiva, mas não desmaios
Ao contrário do que se imagina, doenças do labirinto raramente provocam desmaios. Esses casos costumam estar relacionados a problemas neurológicos ou cardiovasculares. No entanto, perda auditiva e zumbido são sintomas frequentemente associados a disfunções do labirinto, pois o órgão também abriga a cóclea, responsável pela audição.
Diagnóstico correto exige avaliação especializada
O diagnóstico das doenças do labirinto exige uma avaliação criteriosa dos sintomas relatados pelo paciente. Em alguns casos, são solicitados exames de sangue, testes auditivos, testes vestibulares e exames de imagem. A otorrinolaringologia é a especialidade médica mais indicada para investigar essas condições.
Tratamento tem alta taxa de sucesso
A boa notícia é que a maioria das doenças do labirinto tem cura, e todas possuem tratamentos eficazes que permitem controlar os sintomas. A escolha do tratamento depende da causa exata da condição.
“Por isso, é fundamental um diagnóstico preciso, pois até mesmo medicamentos comuns podem gerar tonturas como efeito colateral, e alguns remédios específicos afetam diretamente o funcionamento do labirinto”, alerta a SBORL.
Exercícios físicos e dieta podem ajudar — mas cada caso é único
Embora atividades físicas regulares geralmente ajudem na recuperação do equilíbrio, as recomendações devem ser personalizadas conforme o tipo de disfunção diagnosticada. Em alguns casos, mudanças na alimentação também são recomendadas — mas em outros, a dieta não influencia nos sintomas.
