Iniciativa visa utilizar o plasma convalescente em pacientes graves como alternativa e terapia e tratamento
A Clínica de Hemoterapia, em Niterói, está pesquisando as propriedades do plasma ou soro convalescente humano, como uma terapia viável com grande potencial de tratamento para COVID-19. Até o atual momento, com as iniciativas medicamentosas para o tratamento ou sua prevenção da doença, as imunoglobulinas presentes no plasma ou soro convalescente podem também ajudar a combater o processo infeccioso, ajudando assim o paciente na sua recuperação.
“O plasma convalescente é um dos componentes do sangue coletado de pacientes que, se recuperaram da infecção e apresentam elevado grau de titulação de imunoglobulinas, que ao serem administradas em pacientes os quais ainda estão em curso da doença, oferece imunidade imediata a pacientes susceptíveis”, explica o Dr. Márcio Louback, médico hemoterapeuta da Clínica de Hemoterapia.
O projeto de pesquisa, que ocorre em parceira com o Centro de Transfusão Sanguínea e Universidade Federal do Rio de Janeiro, está sendo realizado em 40 pacientes em estágio inicial da doença das instituições: Hospital e Clínica São Gonçalo e Hospital Icaraí. “O uso de plasma hiper imune para tratamento de viroses respiratórias já é um método muito utilizado nas doenças causadas por Influenza H1N1, Vírus Respiratório Sincicial e no Sarampo grave”, afirma o Dr. Márcio Louback.
Essa abordagem terapêutica se mostra muito segura quando respeitada a compatibilidade do sistema ABO e Rh. Assim, não vislumbra efeitos colaterais nos receptores, pois leva em conta a existência de plasma com tipo sanguíneo compatível. “Todo o processo de seleção de doadores e receptores segue um rigoroso protocolo, respeitando os parâmetros estabelecidos para tornar o indivíduo apto para a doação/ recepção”.
O projeto de pesquisa da utilização do plasma convalescente em pacientes com COVID-19 ainda está em andamento, com a coleta de dados, mas até o momento tem se mostrado promissora. “Os dados obtidos até o momento são favoráveis e indicam a formação de anticorpos fundamentais, como visto e utilizado em epidemias anteriores”, conclui o médico hemoterapeuta da Clínica de Hemoterapia.