Niterói - Com o crescimento da população idosa no Brasil, que já representa 15,6% dos brasileiros, segundo o IBGE, o Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) implementou um novo protocolo de prevenção contra AVC (Acidente Vascular Cerebral) voltado para pacientes com 65 anos ou mais. A iniciativa utiliza a tecnologia da plataforma Kardia, aliada à inteligência artificial, para identificar casos de fibrilação atrial, uma arritmia cardíaca silenciosa que pode desencadear um AVC se não for tratada a tempo.
Segundo o cardiologista Rafael Vilanova, gerente da Cardiologia do CHN, muitas arritmias cardíacas apresentam sintomas intermitentes, dificultando o diagnóstico precoce. “Muitos pacientes chegam ao hospital para tratar outras condições, sem nenhuma queixa cardíaca, mas convivem com arritmias sem saber”, explica.
O novo protocolo do CHN prevê que todos os pacientes com 65 anos ou mais, mesmo sem sintomas cardiovasculares, realizem eletrocardiograma (ECG) durante a internação. A plataforma Kardia, equipada com inteligência artificial, agiliza a leitura dos exames e identifica os casos prioritários para avaliação médica. Se a fibrilação atrial for confirmada, o tratamento pode ser iniciado imediatamente, evitando o risco de AVC.
A estratégia já apresentou resultados expressivos: em 2024, mais de 60 pacientes foram diagnosticados com fibrilação atrial mesmo sem sintomas aparentes, durante internações para outros procedimentos, como cirurgias ortopédicas.
“Existem diversos tipos de arritmia cardíaca, e alguns deles têm sintomas que se apresentam de forma intermitente, ou seja, não estão presentes no dia a dia. Isso dificulta tanto a percepção da doença por parte do paciente quanto o diagnóstico realizado em consultas e exames de rotina”, explica o dr. Rafael Vilanova, gerente de Cardiologia do hospital.
Os sintomas de arritmia cardíaca podem incluir alterações no ritmo do coração, tontura, desmaios, sudorese excessiva, falta de ar e palidez. A recomendação dos especialistas é que, ao perceber um ou mais desses sinais, o paciente procure avaliação com um cardiologista.
“Como o AVC tem uma prevalência grande na população brasileira e é muito incapacitante em alguns casos, qualquer ação para reduzir sua incidência tem um grande impacto na longevidade e qualidade de vida na terceira idade. Em 2024, nossa equipe conseguiu detectar mais de 60 pacientes assintomáticos para a fibrilação atrial que chegaram com outras condições, como para realizar uma cirurgia ortopédica”, detalha o cardiologista.
Essa medida adotada pelo CHN reforça o compromisso da instituição com a prevenção e promoção da saúde cardiovascular na terceira idade, utilizando inovação tecnológica para salvar vidas e aumentar a qualidade de vida dos idosos.