Recentemente a imprensa divulgou a gravidez, aos 55 anos, da atriz Cláudia Raia, mãe de Enzo e Sophia. A gravidez tardia foi assunto em várias plataformas e a atriz sofreu duras críticas nas redes sociais. Baseados em crenças diversas, muitos usuários questionaram Cláudia, em seu perfil, sobre a responsabilidade de dar continuidade à gestação, após os 50 anos.
Drª Cristiane Coelho, médica referência em fertilização, comentou o caso e o porquê de tamanha repercussão.
“A capacidade reprodutiva da mulher vai se perdendo com a idade. A chance dela engravidar antes dos 40 anos fica em torno de 20% por ciclo ovulatório. Após os 45 anos, o percentual cai para 1% por ciclo. Aos 55 anos, a chance é de menos de 1%. Cláudia Raia foi uma exceção à regra. A repercussão provavelmente ocorreu porque o risco de abortamento é de 90%, além da possibilidade de surgirem problemas no desenvolvimento da criança. Porém, na medicina, não existe sempre, muito menos nunca. E essa criança pode, tranquilamente, vir ao mundo completamente saudável.”
É possível notar que a reação do público com relação ao caso é mediada por ensinamentos que foram passados de geração em geração, sem levar em conta o avanço da medicina. A fertileuta alerta ainda que o adequado é fazer um planejamento da vida reprodutiva.
“A ideia é: se ainda tiver dúvida sobre o desejo de engravidar, congele os óvulos. A gravidez de Cláudia foi uma exceção. Na grande maioria dos casos, a gravidez tardia não tem prosseguimento. Por isso, a melhor opção é ter uma estratégia de preservação através do planejamento da vida reprodutiva para uma gravidez avançada.” Finaliza a médica.