Saúde

Ambulatório para travestis e transexuais de Niterói chega a 573 cadastrados

Pioneiro, espaço completou quatro anos em dezembro | Foto: Lucas Benevides
Pioneiro, espaço completou quatro anos em dezembro | Foto: Lucas Benevides

Em Niterói, o ambulatório de Atenção à Saúde da População Travesti e Transexual João W. Nery chegou ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado neste domingo, 29 de janeiro, com 573 pessoas cadastradas. A unidade é uma iniciativa da Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, e completou quatro anos em dezembro do ano passado. O ambulatório foi pioneiro entre todos os municípios do Rio de Janeiro.

Luiza Laís Gonçalves recebe acompanhamento no ambulatório e fala sobre a importância do local em sua vida. “O Ambulatório para mim, é como uma segunda casa. Desde o princípio, o carinho com que fui acolhida, a atenção que todos te chamam pelo nome social, os médicos, advogados, psicólogas e assistentes sociais… maravilhosos!! Todos sempre promovendo ações de integração entre os participantes. É tanto carinho envolvido que não tem nem como expressar. Um trabalho tão bem-vindo em dias de tantos preconceitos e ações homofóbicas. Ali há tanto amor e acolhimento! Sou mulher trans com muito orgulho!!”, conta.

O local possui uma equipe composta por médico endocrinologista, enfermeiros, profissionais da Saúde Mental e assistentes sociais, garantindo o respeito à identidade de gênero e assegurando o exercício pleno da cidadania de todos.

O secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira, falou sobre a unidade de atendimento. “O ambulatório é um espaço exclusivo para as pessoas transexuais serem assistidas em seus processos de hormonização e, na lógica do cuidado integral à saúde, serem encaminhadas para o tratamento de outras demandas nas demais unidades de saúde do município”, explica.

A coordenadora do ambulatório, Caroline Moreira Cabral, explica que este grupo evita o acesso às unidades de saúde por causa de estigmas. “A transfobia acontece nos mais diferentes espaços. Isso dificulta que tenham acesso à saúde, à educação, aos serviços da cidade. Lutam diariamente para ter sua identidade e nome reconhecidos e respeitados. Por isso, o ambulatório atua no sentido de romper com essa lógica, não apenas do cuidado à saúde, mas também oferecendo acolhimento, segurança e fortalecimento. É uma vitória para a população travesti e trans de Niterói”, afirma.

A unidade, ligada ao Departamento de Supervisão Técnica Metodológica (DESUM), funciona na Policlínica de Especialidades Sylvio Picanço, no Centro de Niterói. Os atendimentos podem ser marcados pelo telefone (21) 2612-8184.

Dia da visibilidade trans – A visibilidade trans surgiu há 19 anos, em 29 de janeiro de 2004, com um ato promovido no Congresso Nacional, em Brasília, pelo departamento de DST, Aids e Hepatites virais do Ministério da Saúde, com um grupo de mulheres e homens trans e travestis. A data se tornou um marco contra a transfobia no Brasil.