A Universidade Federal Fluminense (UFF) vive, desde janeiro de 2025, uma grave crise orçamentária, agravada pelo atraso na aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) e pela publicação do Decreto nº 12.448, de 30 de abril, que impôs restrições severas à liberação de recursos. A medida afetou diretamente todos os repasses, inclusive os vinculados ao Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), cuja liberação integral só deve ocorrer em novembro.
Além do bloqueio temporário, a própria LOA já previa um corte superior a R$ 6 milhões no orçamento da UFF. Entre os principais impactos, estão R$ 1,2 milhão a menos na assistência estudantil, R$ 479 mil nas bolsas acadêmicas (monitoria, pesquisa e extensão), e R$ 4,4 milhões nos contratos essenciais, como limpeza, segurança, transporte e manutenção predial.
Hoje, a UFF conta com apenas R$ 3,2 milhões disponíveis para custear compromissos que somam mais de R$ 12 milhões — o que compromete diretamente a manutenção das atividades básicas. O funcionamento mensal com apenas 1/18 do orçamento e do PNAES inviabiliza o pleno funcionamento da universidade.
Gestão prioriza áreas essenciais
Diante da situação, a Reitoria da UFF tem concentrado esforços para preservar serviços prioritários, como as bolsas estudantis, o funcionamento do Restaurante Universitário e os contratos de vigilância, limpeza e manutenção. Segundo a gestão, o diálogo institucional com o Governo Federal, Ministério da Educação, ANDIFES e parlamentares segue ativo na busca pela recomposição orçamentária.
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Além disso, a Administração Central tem mantido transparência e diálogo constante com diretores de unidade e representantes da comunidade acadêmica, discutindo alternativas e estratégias para enfrentar o momento.
Na última sessão do Conselho Universitário (CUV), o vice-reitor professor Fábio Passos expôs a gravidade do cenário e reafirmou o compromisso da gestão com a defesa da universidade pública. Uma nova reunião da Mesa de Negociação Permanente (MNP) será realizada na próxima segunda-feira (12), com a presença da ADUFF, SINTUFF e do DCE-UFF, para debater medidas conjuntas diante da crise.
Defesa da universidade pública
A UFF destaca que educação pública de qualidade exige financiamento adequado e sustentável. A universidade se une a outras instituições federais na defesa do ensino superior como direito constitucional e ferramenta de desenvolvimento social e econômico do país.
Novas atualizações serão divulgadas nos canais oficiais da Universidade.
