Política

Setor produtivo e governo se unem contra tarifa de 50% dos EUA

Setor produtivo e governo se unem contra a tarifa de 50% dos EUA. Descubra os impactos e as propostas discutidas na reunião.

Além de Alckmin, Rui Costa e Fernando Haddad participaram do encontro representantes de empresas e entidades de setores estratégicos, como Embraer, Weg, Tupy, Instituto Aço Brasil, Fiesp, Abimaq, Abicalçados, ABAL, ABIT, IBÁ, ABIMCI, Sindipeças, Sindifer, Centrorochas, Abrafe e RIMA - Foto: Cadu Gomes/VPR
Além de Alckmin, Rui Costa e Fernando Haddad participaram do encontro representantes de empresas e entidades de setores estratégicos, como Embraer, Weg, Tupy, Instituto Aço Brasil, Fiesp, Abimaq, Abicalçados, ABAL, ABIT, IBÁ, ABIMCI, Sindipeças, Sindifer, Centrorochas, Abrafe e RIMA - Foto: Cadu Gomes/VPR

O Governo Federal reuniu, nesta terça-feira (15), representantes da indústria brasileira e de setores estratégicos da economia para discutir os impactos econômicos da decisão dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto de 2025.

A reunião marcou a estreia do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, coordenado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Encontro priorizou escuta e articulação

Durante o encontro, foram ouvidos representantes de setores como aviação, suco, aço, alumínio, máquinas, calçados, papel, têxteis e celulose. O objetivo do comitê é avaliar os danos da medida, propor contramedidas provisórias e acompanhar tratativas diplomáticas em andamento.

“Estamos unidos em torno da negociação. A mensagem do presidente Lula é clara: há total empenho para reverter essa decisão unilateral”, afirmou Alckmin.

Reunião com Setor Produtivo Industrial
Reunião com Setor Produtivo Industrial | Foto: Cadu Gomes/VPR

Brasil busca solução negociada com setor produtivo e diplomacia

Alckmin destacou que a medida do presidente Donald Trump é considerada desproporcional, especialmente num momento em que o fluxo comercial entre os dois países é recorde. Entre janeiro e junho deste ano, as exportações dos EUA para o Brasil cresceram 11,48%, enquanto as do Brasil para os EUA aumentaram 4,37%.

O setor produtivo brasileiro se comprometeu a dialogar com seus parceiros americanos, incluindo fornecedores, compradores e multinacionais, para mostrar os impactos bilaterais negativos da tarifa.

União do setor produtivo

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, classificou a medida como um “perde-perde” para ambos os países e destacou que o Brasil buscará um entendimento diplomático, sem adotar retaliações precipitadas:

“Estamos convergentes com o governo. Essa tarifa não faz sentido econômico, social ou geopolítico”, disse.

O presidente da FIESP, Josué Gomes da Silva, demonstrou confiança na manutenção das relações comerciais históricas com os Estados Unidos:

“Temos mais de 200 anos de boas relações. Acreditamos no diálogo como caminho para um acordo que beneficie empresas e consumidores dos dois lados.”

Decreto regulamenta nova Lei da Reciprocidade Econômica

Na mesma data, foi assinado o decreto que regulamenta o Comitê e também a Lei da Reciprocidade Econômica, que permite a suspensão de concessões comerciais, investimentos e propriedade intelectual em resposta a medidas unilaterais que prejudiquem a competitividade internacional brasileira.

O Comitê será formado pelos ministérios:

  • Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) – presidente do comitê
  • Casa Civil da Presidência da República
  • Ministério da Fazenda
  • Ministério das Relações Exteriores

Outros ministérios poderão ser convocados conforme a pauta da reunião. A Secretaria-Executiva será exercida pelo MDIC.

Entrevista coletiva após Reunião com Setor Produtivo Industrial | Foto : Cadu Gomes/VPR

Empresas e entidades presentes na reunião

A reunião contou com a participação de grandes nomes da indústria nacional e de entidades representativas, como:

  • Embraer
  • Weg
  • Tupy
  • Instituto Aço Brasil
  • FIESP
  • Abimaq
  • Abicalçados
  • ABAL
  • ABIT
  • IBÁ
  • ABIMCI
  • Sindipeças
  • Sindifer
  • Centrorochas
  • Abrafe
  • RIMA