
O Governo Federal reuniu, nesta terça-feira (15), representantes da indústria brasileira e de setores estratégicos da economia para discutir os impactos econômicos da decisão dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto de 2025.
A reunião marcou a estreia do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, coordenado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Encontro priorizou escuta e articulação
Durante o encontro, foram ouvidos representantes de setores como aviação, suco, aço, alumínio, máquinas, calçados, papel, têxteis e celulose. O objetivo do comitê é avaliar os danos da medida, propor contramedidas provisórias e acompanhar tratativas diplomáticas em andamento.
“Estamos unidos em torno da negociação. A mensagem do presidente Lula é clara: há total empenho para reverter essa decisão unilateral”, afirmou Alckmin.

Brasil busca solução negociada com setor produtivo e diplomacia
Alckmin destacou que a medida do presidente Donald Trump é considerada desproporcional, especialmente num momento em que o fluxo comercial entre os dois países é recorde. Entre janeiro e junho deste ano, as exportações dos EUA para o Brasil cresceram 11,48%, enquanto as do Brasil para os EUA aumentaram 4,37%.
O setor produtivo brasileiro se comprometeu a dialogar com seus parceiros americanos, incluindo fornecedores, compradores e multinacionais, para mostrar os impactos bilaterais negativos da tarifa.
União do setor produtivo
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, classificou a medida como um “perde-perde” para ambos os países e destacou que o Brasil buscará um entendimento diplomático, sem adotar retaliações precipitadas:
“Estamos convergentes com o governo. Essa tarifa não faz sentido econômico, social ou geopolítico”, disse.
Indústria brasileira otimista com retomada do diálogo
O presidente da FIESP, Josué Gomes da Silva, demonstrou confiança na manutenção das relações comerciais históricas com os Estados Unidos:
“Temos mais de 200 anos de boas relações. Acreditamos no diálogo como caminho para um acordo que beneficie empresas e consumidores dos dois lados.”
Decreto regulamenta nova Lei da Reciprocidade Econômica
Na mesma data, foi assinado o decreto que regulamenta o Comitê e também a Lei da Reciprocidade Econômica, que permite a suspensão de concessões comerciais, investimentos e propriedade intelectual em resposta a medidas unilaterais que prejudiquem a competitividade internacional brasileira.
O Comitê será formado pelos ministérios:
- Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) – presidente do comitê
- Casa Civil da Presidência da República
- Ministério da Fazenda
- Ministério das Relações Exteriores
Outros ministérios poderão ser convocados conforme a pauta da reunião. A Secretaria-Executiva será exercida pelo MDIC.

Empresas e entidades presentes na reunião
A reunião contou com a participação de grandes nomes da indústria nacional e de entidades representativas, como:
- Embraer
- Weg
- Tupy
- Instituto Aço Brasil
- FIESP
- Abimaq
- Abicalçados
- ABAL
- ABIT
- IBÁ
- ABIMCI
- Sindipeças
- Sindifer
- Centrorochas
- Abrafe
- RIMA