Em café da manhã com Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal, em Brasília, Rodrigo Neves sugeriu três medidas urgentes para o estado
POLÍTICA – O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, reuniu-se, na manhã desta quarta-feira, em Brasília, com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, deputados federais e prefeitos do Rio de Janeiro para debater a situação econômico-financeira dos municípios e também do próprio estado do Rio.
Na reunião, que ocorreu na residência oficial do presidente da Câmara, Neves expôs sua preocupação com a situação fluminense e falou sobre o quadro do Rio de Janeiro.
Ele sugeriu ao presidente da Câmara três medidas para a retomada do crescimento econômico do estado e dos municípios: encaminhar ao governo federal um pedido de apoio ao Rio de Janeiro, independentemente do plano de recuperação fiscal que tramita no Congresso; que busque junto ao Ministério das Minas e Energia a manutenção da política de conteúdo nacional da cadeia de óleo e gás; e que dialogue com a presidência da Petrobras para agilizar a retomada das obras do Comperj, como já havia sido anunciado pelo presidente da estatal, Pedro Parente, em reunião com prefeitos do Conleste em janeiro deste ano.
“Para o Rio de Janeiro é muito importante a sua presença na presidência da Câmara sobretudo para buscar a recuperação do nosso estado, que vive uma crise sem precedentes. É uma convergência de crises fiscal, financeira, institucional, moral e política que se agravou nos últimos dois anos. Saímos de uma situação desorganizada para uma situação crítica. De uma situação crítica para dramática e depois caótica. E nesse processo de regressão e involução do quadro não percebemos medidas capazes de promover a retomada do crescimento do Rio. Assim é fundamental o governo federal compreender a importância do Rio de Janeiro no cenário nacional.”
O prefeito alertou as possíveis consequências da falta de auxílio ao estado.
“O Rio de Janeiro é caixa de ressonância no país. É a porta de entrada do Brasil, inclusive do ponto de vista da imagem do Brasil no exterior. Se não houver essa conscientização nós vamos viver uma situação de anomia e convulsão social. Se acontecer no Rio o que ocorreu no Espírito Santo as consequências serão muito piores e vai reverberar no país todo.” , disse.
Sobre o Comperj, Rodrigo Neves reforçou o acordo anunciado pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente.
“O Comperj é fundamental para a recuperação do Rio, que produz 80% do petróleo do país e refina menos de 15% dessa produção. São Paulo, que não produz quase nada, refina 40% do petróleo brasileiro. O presidente Parente, numa reunião com os prefeitos do Conleste, disse que iria colocar 26 processos licitatórios agora e investir mais de 2 bilhões de dólares, gerando mais de 10 mil empregos. Mas isso ainda não ocorreu.”, frisou o prefeito.
Por fim, Rodrigo Neves ressaltou a importância de rever o modelo de conteúdo nacional da cadeia produtiva de óleo e gás, que representa 35% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
“Não podemos permitir que haja uma redução drástica dessa cadeia para 15% a 20% . Se não tem condições de ser 60% de produção nacional, que sejam pelo menos 50% ou 40%.”, argumentou o prefeito.
Rodrigo Maia afirmou que o encontro foi o primeiro de uma série que buscará soluções para os problemas do estado e dos municípios e que o objetivo é realizá-la mensalmente.
“É importante entendermos que algo que às vezes parece distante tem impacto grande em nossas cidades. As medidas que estamos tomando têm esse propósito: o de garantir o crescimento das cidades e do país. Juntos nós temos condições de construir um novo Rio de Janeiro. Vamos fazer novas reuniões e inclusive convidando o presidente da República para construirmos projetos em conjunto que atendam ao Brasil e ao Rio de Janeiro para, com esses projetos , tirar o nosso estado dessa situação”.