Niterói passou por vários ciclos: a Cidade Invicta, a Imperial Cidade, Capital do Estado do Rio de Janeiro e se consolidou como a Cidade Sorriso. Durante a ditadura militar, no governo de Geisel, em 1975, foi decretada a fusão do estado da Guanabara com o estado do Rio de Janeiro.
Com todos os argumentos da época de que seria um novo e forte estado, além de um grande polo econômico, na realidade, foi um ato arbitrário, ditatorial, para abafar qualquer resistência crítica ao regime militar, principalmente, contra as forças oposicionistas na Guanabara.
A perda maior com a fusão, numa emenda sancionada em tempo recorde, foi para Niterói. A cidade, além de perder a força econômica, social, deixou o status de capital, onde aqui funcionavam todos os órgãos públicos estaduais. O centro virou um bairro fantasma, com o esvaziamento das repartições, comércio tradicional e restaurantes famosos. Todo o interior vinha para Niterói para resolver assuntos relacionados as repartições públicas estaduais.
O Palácio do Ingá, sede do Governo do Estado foi abandonado e fechado, assim como o Tribunal de Contas, o Tribunal de Justiça e tantas outras secretarias que foram para o Rio. Niterói que vinha sendo conhecida como a Cidade Sorriso, virou um cenário de abandono, insatisfação e desemprego, até o sorriso desapareceu.
Em 1976, começou uma reação contra a fusão, contra este ato político e perverso que atingiu Niterói. O deputado Álvaro Valle apresentou um projeto de um plebiscito sobre fusão que foi rejeitado. Na Câmara de Niterói também houve uma reação do vereador Pedro Siqueira (PDT), com apoio do deputado estadual Claudio Moacyr e da deputada Rosalda Paim, que deu em nada.
Durante vários períodos outras tentativas foram feitas pela desfusão na qual se destaca a grande campanha e uma emenda do deputado federal José Mauricio (PDT), que também não avançou por ter sido rejeitada pelo Congresso.
Isolada, a Cidade Sorriso, sem status de capital, parecia caminhar para uma cidade fantasma ou virar um arremedo de qualquer região do Estado ou do País com violência, tráfico, por falta de políticas públicas eficazes. Na ocasião, o governador era Antônio de Pádua Chagas Freitas e o prefeito de Niterói, Ronaldo Fabrício, nomeado pelo governador. Ele era um técnico e fez algumas obras urbanas significativas na cidade.
Pós Ronaldo Fabrício foram eleitos prefeitos de Niterói Moreira Franco (MDB) e Waldenir de Bragança (PDS). Sem entrar nas contradições, ressalto suas boas marcas administrativas que fizeram por Niterói. No caso de Waldenir de Bragança, um humanista, sua luta como presidente do Conselho Deliberativo da Associação Nacional de Municípios foi decisiva para que Niterói recebesse os royalties do petróleo e saísse da penúria financeira. Foram prenúncios de caminhos de gestões para Niterói encontrar uma nova identidade.
No final da década de 80, começa o ciclo exitoso e progressista de Jorge Roberto Silveira (PDT), que se consolida e avança com Rodrigo Neves (PDT) e, os prefeitos desta base política, João Sampaio (PDT), Godofredo Pinto (PT) e Axel Grael (PDT).
Niterói, mesmo sem o status de capital, progride em vários setores e passa a ser um dos municípios mais bem avaliados em qualidade de vida, Educação, Saúde e Cultura no País.
O sociólogo e um dos mais bem avaliados prefeitos de Niterói, Rodrigo Neves, diz que se não houvesse a ação dos prefeitos pós – Fusão e a soma deste ciclo de prefeitos progressistas com uma visão moderna, cidadã, propositiva, Niterói estaria à beira de um abismo e poderia se transformar numa cidade fantasma ou virar um arremedo de município onde imperaria o abandono administrativo e a violência.
E lá se vão beirando 50 anos da fusão. Niterói, hoje, superando traumas como a perda de Capital do Estado, e, há 14 anos, o maior desastre natural com o desmoronamento do Morro do Bomba. Com este ciclo progressista, Niterói tem avançado como uma cidade referência no Estado e no País por seus programas propositivos.
Com relação ao Meio Ambiente, Niterói tem mais de 55% de área preservada e o orgulho de ter sido um município modelo no Brasil e destaque pela ONU na prevenção da pandemia do Covid-19.
Niterói precisa continuar avançando na reconstrução de sua identidade com gestores capacitados, humanistas, empreendedores, que defendem a Ciência e o Meio Ambiente, que não banalizem a UFF, que não propaguem as Fake News. Gestores que defendam todos os credos e que repudiem o ódio e ações preconceituosas.
Niterói não é um laboratório de improvisações e aventuras. A cidade espera responsabilidade e boa gestão. A população niteroiense, amadurecida, não quer disputas ideológicas, nem religiosas, mas um prefeito gestor com olhar competente e amoroso pela cidade.
Rodrigo Neves na sua gestão anterior saiu com mais de 80% de aprovação!
É um dado significativo para uma nova gestão e é o que a população espera!
Rodrigo, Niterói aguarda sua volta!