
O governo do Rio de Janeiro voltou atrás na decisão de colocar o estádio Caio Martins, em Niterói, na lista de imóveis que seriam vendidos para tentar reduzir o déficit de quase R$ 16 bilhões previstos para 2026. A pressão de deputados estaduais da cidade, inclusive de aliados do governador Cláudio Castro (PL), fez o Executivo desistir da medida antes mesmo da tramitação na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Pressão política e recuo
O plano original previa a venda de 48 imóveis, com arrecadação estimada em R$ 1,5 bilhão. Mas parlamentares classificaram a ideia como um “suicídio político”, especialmente em relação ao Caio Martins e ao terreno do antigo batalhão da PM no Leblon, que também estavam na lista.

Função social do estádio
Atualmente, o Complexo Caio Martins abriga aulas de natação, dança, capoeira, lutas e outras atividades abertas aos niteroienses. No passado, o estádio foi uma das casas do Botafogo (1941 a 2004) e sede de entidades esportivas da cidade. Além de já ter sido sede de todas entidades esportivas de Niterói na gestão do secretário de esportes Luiz Carlos Gallo.

A Prefeitura de Niterói, por sua vez, mantém um projeto para construir no local um reservatório de 80 milhões de litros de água, sob o campo de futebol e parte das arquibancadas, com o objetivo de acabar com alagamentos na região.

Memória da Ditadura
O estádio também guarda uma marca histórica: há 50 anos, durante a Ditadura Militar, o Caio Martins foi transformado em prisão de presos políticos, onde mais de mil pessoas foram detidas e submetidas a torturas e abusos, segundo a Comissão da Verdade de Niterói.