
Rio de Janeiro - A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) realiza, nesta segunda-feira (8), uma das votações mais delicadas e politicamente sensíveis dos últimos anos. Os deputados vão decidir se mantêm a prisão do presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União Brasil), detido preventivamente por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Bacellar é acusado de vazar informações sigilosas de uma operação da Polícia Federal que levou à prisão do ex-deputado TH Jóias, apontado como interlocutor do Comando Vermelho na política fluminense. Ele nega as acusações.
Votação começa pela CCJ, em sessão fechada
A análise do caso se inicia pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que se reúne a portas fechadas logo pela manhã. Os sete deputados do colegiado vão avaliar a decisão judicial e votar um parecer que será submetido ao plenário.
Embora a CCJ seja majoritariamente aliada de Bacellar, parlamentares de PSD, PT e Psol já indicaram posição pela manutenção da prisão.
Plenário decide com voto aberto — e pressão nos bastidores
Após o parecer da CCJ, o tema segue para o plenário. A votação será aberta e nominal, sob comando do vice-presidente da Casa, Guilherme Delaroli (PL).
Para qualquer decisão, são necessários 36 votos entre os 70 deputados.
Há três opções sobre o formato da votação:
- Prisão e afastamento analisados juntos
- Decisão separada sobre prisão e afastamento
- Apenas a prisão vai a voto
Aliados pressionam para uma votação em bloco, o que poderia ajudar Bacellar a se manter no comando mesmo preso.
Ambiente político é de incerteza e desgaste
Deputados vivem uma disputa entre pressões internas e externas:
- Votar pela prisão pode gerar retaliações políticas na Casa
- Votar pela soltura pode resultar em forte cobrança pública
- Alguns parlamentares tentam evitar comparecer, alegando licença médica
A sessão promete ser longa, tensa e acompanhada de perto por Brasília e pela opinião pública.
O que está em jogo?
- Comando da Alerj
- Estabilidade política do governo fluminense
- Relação institucional com o STF
- Reação das bases eleitorais dos deputados
Se a prisão for mantida, Bacellar deve permanecer afastado automaticamente e a Casa poderá eleger um novo presidente. Se a prisão for revogada, ele pode retornar ao comando mesmo ainda investigado.