O debate entre os candidatos do segundo turno, à prefeitura de Niterói, realizado nesta segunda-feira (21/10) nos estúdios do G1, surpreendeu os espectadores ao inverter as expectativas. Enquanto se esperava que Carlos Jordy (PL), o principal opositor, partisse para o ataque, foi Rodrigo Neves (PDT) quem assumiu uma postura firme e ofensiva, colocando Jordy na defensiva durante grande parte do evento. Rodrigo Neves já começou o debate chamando o deputado da extrema direita pelo nome de registro, Carlos Mattos.
Primeiro bloco: Jordy acuado por Rodrigo
Logo no primeiro bloco, com temas definidos pela produção, Carlos Jordy tentou atacar Rodrigo Neves ao questionar a ausência de um plano de drenagem urbana nas propostas do candidato. No entanto, sem apresentar propostas concretas, Jordy foi rapidamente colocado contra a parede. Rodrigo Neves rebateu com dados sobre as obras de macrodrenagem realizadas em sua gestão, especialmente na Região Oceânica, onde mais de 90% das ruas não tinham infraestrutura básica antes de suas intervenções.
Rodrigo não perdeu a oportunidade de questionar a atuação política de Jordy: “O que você fez pela cidade em 10 anos como vereador e deputado?”, perguntou, ressaltando que, enquanto deputado, Jordy destinou aproximadamente apenas 2% dos R$ 100 milhões em emendas parlamentares para Niterói. Carlos Jordy admitiu que enviou poucos recursos para a cidade, o que o deixou visivelmente acuado.
Ou seja, quem assistiu entendeu que o parlamentar deixou de investir em sua cidade de origem por conta de questões pessoais contra os gestores. A sensação de quem escutou essa parte do debate, é que ele poderia ter destinado mais verbas à Niterói e ter fiscalizado, brigando pela cidade e à colocando em primeiro lugar.
Acusações e tensão: Rodrigo coloca Jordy contra a parede
Em um dos momentos mais tensos do debate, Rodrigo Neves expôs acusações sobre envolvimento de Jordy com o suposto grupo “Bonde da Fumaça”, nos anos 2000, que seria conhecido por praticar arruaças, espancar adolescentes e consumir drogas. Rodrigo confrontou o adversário diretamente: “Carlos Mattos, a Polícia Federal vai bater novamente na sua porta! O que você foi fazer fugido em Itajaí?”.
“Bonde da Fumaça? Eu nunca fiz parte! Vocês sabem o que era isso? Era um grupo de adolescentes que se reunia no McDonald’s, esses caras são malucos” disse Carlos.
“Carlos Mattos, Carlos Mattos, a Polícia Federal vai bater novamente na sua porta, porque você tem muitos crimes cometidos na sua vida! Você até mudou de nome, o que você foi fazer em Itajaí fugido de Niterói? E o Bonde da Fumaça? Porque você mudou de nome Carlos Mattos?” disse Rodrigo.
Rodrigo também acusou Jordy de envolvimento no escândalo da Fundação Ceperj, envolvendo saques em dinheiro vivo realizados por pessoas próximas ao candidato, incluindo sua esposa e cunhado. “O senhor está envolvido com o maior escândalo de corrupção da história do Rio de Janeiro, o escândalo do Ceperj com a própria esposa e o cunhado envolvido, com saques em dinheiro vivo na boca do caixa”, disparou Neves.
Jordy na defensiva
Com um semblante tenso, Carlos Jordy tentou subir no debate, mas mostrou-se desconfortável ao responder as acusações. O candidato do PL, que apostava no debate como uma oportunidade de diminuir a diferença de mais de 20 pontos nas pesquisas em relação a Rodrigo, saiu visivelmente incomodado, fugindo das perguntas sobre seu passado e as acusações de envolvimento de sua família em escândalos.