O Brasil, com seu vasto território, imensas riquezas naturais e uma diversidade cultural ímpar, possui as bases para se consolidar como uma potência global relevante. Em um cenário global em rápida transformação, onde desafios e oportunidades se misturam, o país tem a chance de não apenas ocupar uma posição de destaque, mas de se tornar um modelo de desenvolvimento sustentável e socialmente justo para o século XXI.
Para que o Brasil conquiste um papel de relevância internacional, é essencial a implementação de políticas públicas que foquem em áreas estratégicas como educação, inovação, infraestrutura, diminuição das desigualdades e preservação ambiental. Este artigo propõe algumas soluções práticas que, aliadas a uma abordagem social-democrática moderna e inclusiva, podem pavimentar o caminho para o futuro do Brasil como uma nação desenvolvida, justa e influente.
A educação de qualidade para todos é o primeiro pilar. Países que se destacam no cenário global compartilham um sistema educacional sólido e equitativo. A transformação começa pelo fortalecimento da educação básica, que deve ser universal, gratuita e de alta qualidade, com acesso a tecnologias digitais e incentivo à formação em ciências, tecnologia, engenharia e matemática. Em seguida, a expansão do ensino técnico e a valorização das universidades públicas, com investimento em pesquisa e inovação, são fundamentais. Parcerias com o setor privado podem garantir a aplicação prática da pesquisa e a criação de startups e empresas tecnológicas que atuem no Brasil e exportem para o mundo.
Com uma economia diversificada, o Brasil pode avançar na produção de tecnologia própria, especialmente em setores estratégicos como a indústria bélica, de comunicação, de desenvolvimento de softwares e hardwares e a agroindústria. Para isso, é crucial o investimento público-privado em ciência e tecnologia, criando polos industriais e tecnológicos em diferentes regiões, promovendo inovação e diminuindo a dependência de importações. Criar um ambiente favorável à inovação e ao empreendedorismo, com desburocratização e incentivos fiscais, impulsionaria o setor industrial e prepararia o país para competir no mercado internacional.
O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. No entanto, é necessário priorizar práticas agrícolas sustentáveis que garantam a segurança alimentar e protejam o meio ambiente. Incentivos fiscais e técnicos para a adoção de práticas de baixa emissão de carbono e agricultura regenerativa podem transformar o Brasil em referência mundial em produção sustentável. Isso também requer apoio aos pequenos e médios produtores, que devem ter acesso a tecnologias e mercados, contribuindo para a redução das desigualdades no campo.
Nenhum país pode prosperar verdadeiramente enquanto milhões de seus cidadãos vivem na pobreza. A criação de um estado de bem-estar social que garanta serviços essenciais — saúde, educação, habitação e segurança — para todos é imprescindível. O combate à pobreza e à desigualdade deve incluir políticas redistributivas, como um sistema tributário progressivo, onde os mais ricos contribuam proporcionalmente mais. Além disso, programas de transferência de renda e capacitação profissional devem ser mantidos e ampliados, garantindo que os cidadãos tenham acesso a oportunidades reais de crescimento.
A Amazônia e a biodiversidade brasileira são recursos globais e estratégicos. A preservação ambiental não é apenas uma questão de responsabilidade global, mas um ativo econômico que pode gerar oportunidades no mercado de carbono, ecoturismo e biotecnologia. É necessário fortalecer a fiscalização ambiental, combater o desmatamento ilegal e investir em energia renovável, áreas nas quais o Brasil tem vantagem natural e onde pode se tornar líder.
O Brasil deve buscar uma posição mais ativa no cenário internacional, em especial junto a organizações multilaterais. Assumir o papel de líder em questões ambientais, promover uma política de paz e mediação de conflitos e atuar como representante das nações em desenvolvimento são caminhos viáveis. A diplomacia brasileira pode, ainda, focar na ampliação de parcerias comerciais e científicas com países da América Latina, África, Europa e Ásia.
O modelo social-democrático é essencial para alinhar desenvolvimento econômico com justiça social. Essa abordagem garante uma economia de mercado com intervenções estatais para promover equidade e garantir que o crescimento seja amplamente distribuído. Implementar um estado de bem-estar social moderno, com foco em saúde pública de qualidade, previdência sustentável e educação gratuita, é viável para um país com os recursos e a população do Brasil.
O potencial do Brasil é imenso, mas a transformação não virá sem um compromisso sério com reformas estruturais e políticas públicas orientadas para o longo prazo. Com uma abordagem social-democrática progressista e uma visão estratégica de desenvolvimento sustentável, o Brasil tem tudo para ser não apenas um gigante econômico, mas um exemplo de potência global moderna e justa. Rumo a um futuro mais próspero, inclusivo e sustentável, o Brasil pode ser o país que outros admirem e que os próprios brasileiros tenham orgulho de chamar de lar.
Bernardo Ariston