Polícia

‘Tour da propina’ de PMs do Rio é revelado

Conheça o ‘Tour da Propina’: esquema de extorsão praticado por policiais militares no Rio de Janeiro, gravado em câmeras corporais.

Divulgação/PMERJ
Divulgação/PMERJ

Uma investigação exibida pelo Fantástico, neste domingo (10), revelou um esquema de extorsão praticado por policiais militares do Rio de Janeiro, gravado por câmeras corporais. Os agentes foram flagrados recebendo propina de comerciantes na Baixada Fluminense, em um esquema apelidado de “tour da propina”.

Os policiais se revezavam em visitas semanais a depósitos, mercados e padarias, cobrando dinheiro, frutas ou até cerveja. Apesar de estarem sendo gravados, acreditavam que jamais seriam descobertos.

Denúncia anônima expõe “tour da propina”

Durante seis meses, toda sexta-feira, os PMs seguiam um rodízio para recolher propina de pelo menos 54 comerciantes em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Os alvos incluíam depósitos de ferro-velho, mercados, padarias e até bancas de pastel.

A investigação começou após uma denúncia anônima, que levou a Corregedoria da PM a analisar mais de 500 horas de imagens captadas pelas câmeras corporais dos policiais.

Os registros mostram os agentes cometendo extorsões enquanto deixavam de atender a ocorrências reais, priorizando o recolhimento da propina.

Tentativas de driblar as câmeras corporais

As gravações também revelaram as tentativas dos policiais de burlar o sistema. Eles desviavam as câmeras para o lado, cobriam as lentes com as mãos ou até deixavam os equipamentos dentro das viaturas. Mesmo assim, as imagens captadas foram suficientes para expor a prática criminosa.

Prisão de 22 policiais envolvidos no esquema

Na última quinta-feira (7), a Corregedoria da Polícia Militar prendeu 21 policiais envolvidos no esquema. O último agente se entregou na sexta-feira (8).

Entre os presos, quatro trabalhavam no mesmo batalhão, enquanto os outros estavam divididos entre batalhões da Baixada Fluminense e da Região Metropolitana do Rio. Todos responderão por corrupção passiva.

Corrupção e o impacto no atendimento à população

A investigação revelou que os policiais envolvidos deixavam de atender a chamados importantes para recolher propina. Essa prática gerou indignação na população, que cobra maior fiscalização no uso de câmeras corporais e uma reforma no sistema de monitoramento.

Reforço na fiscalização é essencial

Especialistas apontam que o caso reforça a necessidade de uma análise mais rigorosa das imagens das câmeras corporais, que são armazenadas, mas não monitoradas em tempo real. A denúncia e a ação da Corregedoria marcam um avanço no combate à corrupção policial, mas também expõem as fragilidades do sistema de fiscalização.