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Polícia Civil investiga casos de racismo em escolas particulares em Niterói

Foto: Arquivo
Foto: Arquivo

A mãe de dois adolescentes relatou à delegacia que seus filhos estão sendo vítimas de racismo nas escolas particulares onde estudam em Niterói. Os irmãos estudam em escolas particulares diferentes de Niterói, Colégio Pluz e Colégio Paulo Freire, ambas na Região Oceânica.

A Polícia Civil está conduzindo investigações sobre os casos de racismo. Em um dos casos, um dos filhos de Renata Motta Valadares, um adolescente de 15 anos, que estuda no Colégio Pluz, foi alvo de insultos raciais. Ele foi chamado de “macaco” e comparado a um animal em cativeiro por outro jovem.

Dentro de um grupo de WhatsApp, uma foto do rosto do menino foi compartilhada com uma mensagem que o depreciava, comparando-o a um animal.

“Recentemente, este animal foi colocado na jaula de um zoológico. Foi feita uma pesquisa com os visitantes para tentarem adivinhar qual era o animal na jaula e os dados são impressionantes: 50% achou (sic) que era um macaco”, diz o texto.

As ofensas continuaram sendo realizadas no grupo de WhatsApp. “Que foto é essa? Está parecendo um macaco”, escreveu um adolescente.

No outro caso, a filha de Renata, uma menina de 13 anos, foi defender uma amiga que estava sendo ofendida por um menino, que dizia que ela tem “cabelo de crioulo”, “Eu perguntei se ele sabia que era crime, ele fingiu que não ouviu e começou a me ofender. Disse que meu cabelo parecia de microfone”, conta a criança. Após a mãe entrar em contato com o colégio, o menino foi expulso.

Os crimes que foram denunciados pela mãe das vítimas, Renata Motta Valadares, estão sendo investigados pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Niterói.

De acordo com a Polícia Civil, as diligências estão em andamento para identificar todos os envolvidos e apurar os fatos. O Conselho Tutelar também foi acionado para acompanhar o caso.

A direção do Colégio Pluz, que fica em Itaipu, Região Oceânica de Niterói, informou que os alunos estão cumprindo suspensão interna, sem contato com o restante da turma, e que vão fazer um trabalho sobre racismo. Em seu posicionamento, o colégio conclui dizendo que não concorda com a expulsão dos alunos e que acredita na educação. Leia abaixo na íntegra a nota divulgada pela escola.

Em nota, a direção do Colégio Paulo Freire repudiou qualquer ato de discriminação e preconceito, e ressaltou que tem uma política de conscientização e educação antirracista.