A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) concluiu, nesta segunda-feira (03/06), a investigação a respeito do lançamento indevido de poluentes em rios da bacia do Guandu. Quatro pessoas ligadas a uma empresa da região foram indiciadas.
Os acusados em questão são sócios e diretores da empresa Burn Indústria e Comércio, sediada em Queimados, especializada na fabricação de produtos de limpeza, como sabão e lava-louças. A empresa nega qualquer envolvimento com a contaminação do Rio Guandu.
Segundo a investigação, foi apurada a responsabilidade de sócios e diretores da empresa, que atua no ramo de surfactantes produzindo sabão, lava-louças e domissanitarios de marcas conhecidas no mercado.
A DPMA considerou a empresa responsável pelo lançamento de produto surfactante em suas galerias de águas pluviais, conforme constatado por representantes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), em agosto do ano passado. Na ocasião, foi detectada espessa espuma branca no Rio Guandu, quando foram encontradas irregularidades ambientais.
Em agosto do ano passado, foi detectada uma espuma branca espessa no rio Guandu, obrigando a Cedae a suspender o abastecimento de água de grande parte da região metropolitana do Rio.
Nota da Burn Indústria e Comércio
“Diferentemente do que afirma a investigação policial, a Burn reafirma que não há nenhuma relação entre o seu trabalho na fábrica de Queimados e o episódio na bacia do Rio Guandu. A empresa está em operação há 13 anos no Distrito Industrial e atua dentro dos mais rigorosos padrões técnicos, sob monitoramento e controle permanentes dos órgãos ambientais. Para comprovar que não teve qualquer participação no incidente, a empresa contratou renomados acadêmicos e peritos. Os laudos técnicos demonstram que a fábrica está a 11 quilômetros de distância do sistema do Guandu seguindo o fluxo do rio e que seria necessário o despejo de 83,5 toneladas de detergente, de uma só vez – o equivalente a 167 mil embalagens – para provocar aquela espuma, considerando a vazão do rio. A Burn segue à disposição das autoridades e colaborando para o esclarecimento dos fatos.”