
O sargento Edinei Silva de Andrade, preso na madrugada de sábado (6) na comunidade da Palmeira, no Fonseca, em Niterói, tem um longo histórico de acusações e chegou a ser expulso da Polícia Militar do Rio de Janeiro — mas foi reintegrado após decisões judiciais que o absolveram.
Na ocorrência mais recente, ele foi detido depois que câmeras do Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) de Niterói identificaram um veículo furado de tiros deixando a comunidade. Dentro do carro, policiais encontraram um fuzil 7,62, uma pistola 9mm, ambas com numeração raspada, além de R$ 2.800 em espécie.
Edinei só se identificou como policial militar durante a abordagem, sem apresentar documentação funcional. Ele foi levado para a 78ª DP (Fonseca), onde continua preso.

Primeira expulsão: porte ilegal de arma
O primeiro episódio que resultou em sua expulsão da corporação ocorreu em 2011. O então cabo foi preso em flagrante com uma pistola 9mm dentro de um carro, após uma confusão envolvendo um militar do Exército na Vila Militar, Zona Norte do Rio.
Mesmo após um processo disciplinar, o então Comandante-Geral da PM decidiu, em 2012, por sua exclusão “a bem da disciplina”.
Mais tarde, porém, a Justiça considerou que não havia provas suficientes para mantê-lo fora da corporação — e determinou sua reintegração em 2017.
Segunda prisão: tráfico de drogas no Recreio
Em abril de 2024, já reintegrado e atuando na 6ª UPP, Edinei voltou a ser preso — desta vez durante cumprimento de mandado de busca em sua casa, no Recreio dos Bandeirantes.
No local, policiais apreenderam:
- 61 comprimidos de ecstasy
- Uma pistola municiada
Ele foi autuado por tráfico de drogas e porte ilegal de arma.
A defesa alegou que o PM era CAC, com permissão para armas, e a Justiça entendeu que não ficou comprovada intenção de venda das drogas. Ele foi absolvido novamente.
Nova prisão no Fonseca reacende debate sobre controle interno
Menos de um ano após a absolvição, Edinei foi flagrado com armas de uso restrito e numeração suprimida, fator que agrava a suspeita de vínculo com crime organizado — ainda em apuração pela Polícia Civil.
A PM divulgou que não compactua com desvios e reforçou que o policial foi atuado conforme a lei.
A investigação busca esclarecer:
- Qual era o destino das armas
- Por que o veículo estava atingido por tiros
- Qual a relação com o confronto entre facções registrado no Fonseca
O que diz a corporação
“A Polícia Militar não compactua com possíveis desvios de conduta e crimes cometidos por integrantes da corporação”, declarou oficialmente a PMERJ.
A defesa do sargento ainda não se manifestou.