
Rio de Janeiro - Nesta quarta-feira (7), a Polícia Federal, em ação conjunta com o Ministério Público Federal (MPF), deflagrou a Operação Tropeiros II, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa envolvida com o tráfico internacional de drogas. O grupo utilizava “mulas” em voos rumo à Europa para transportar principalmente cocaína, em um esquema que também envolvia empresários, doleiros, advogado e gerente de banco.
Ação simultânea em cinco cidades
Cerca de 100 agentes da PF e do GAECO/MPF participaram da operação, cumprindo 21 mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, São Paulo, Campinas e Salvador. Os alvos foram residências, empresas, casas de câmbio e até um escritório de advocacia. Também foram executadas medidas judiciais como bloqueio de valores, sequestro de bens, entrega de passaportes e proibição de saída do país.
Drogas eram levadas em malas modificadas
Segundo as investigações, os criminosos cooptavam passageiros para atuarem como “mulas”, transportando drogas em malas adaptadas com compartimentos ocultos. Ao chegar no destino europeu, as drogas eram entregues a outros integrantes da organização, responsáveis pela distribuição no exterior.
A quadrilha operava com estrutura empresarial sofisticada, movimentando milhões de reais em transações suspeitas. A investigação revelou indícios de lavagem de dinheiro que superam a marca de R$ 10 milhões.
Origem da investigação e prisão no Galeão
As investigações tiveram início após a prisão em flagrante de uma jovem no Aeroporto Internacional do Galeão, em 2022. Ela tentava embarcar para Portugal com 3,2 kg de cocaína escondidos no forro da bagagem. O destino final era a cidade de Horta, ponto de distribuição da droga para a Europa.
Crimes investigados
Os investigados poderão responder por tráfico internacional de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
O que são “mulas” do tráfico
No universo do tráfico de drogas, o termo “mula” é usado para designar a pessoa responsável por transportar entorpecentes de um local a outro, a mando de terceiros ou de organizações criminosas. Geralmente, essas pessoas não integram os níveis mais altos da estrutura do tráfico, atuando apenas como intermediárias no transporte das drogas. As mulas costumam ser utilizadas tanto em deslocamentos nacionais quanto para cruzar fronteiras internacionais, e podem ter consciência dos riscos que assumem — legais e físicos.