Niterói - Na manhã desta terça-feira (26/11), o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), deu início à operação Vigília, cumprindo 12 mandados de busca e apreensão contra pessoas e empresas investigadas por supostas fraudes em contratos firmados com a Fundação Estadual de Saúde.
Alvos incluem delegados da Polícia Civil
Entre os investigados estão dois delegados da Polícia Civil do Rio, com a ação contando com o suporte da Corregedoria Geral da Polícia Civil. Um dos mandados foi cumprido em Icaraí, Niterói, como parte da apuração de possíveis irregularidades envolvendo servidores públicos e empresas contratadas pela Fundação Estadual de Saúde.
Esquema fraudulento em contratos públicos
O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) conduzido pelo GAECO/MPRJ aponta para crimes de organização criminosa e fraude em licitação, relacionados ao direcionamento de contratos em favor das empresas Vidgel Vigilância e Segurança e Vidgel Serviços Terceirizados. Os contratos, firmados entre 2021 e 2022, englobaram serviços no Hospital Heloneida Studart, em São João de Meriti, no Hospital Estadual da Mãe, em Mesquita, e no Centro Estadual de Diagnóstico por Imagem (CEDI – Rio Imagem), no Centro do Rio.
As investigações revelam indícios de que recursos do esquema foram usados para beneficiar indiretamente servidores públicos e investigados, incluindo uma suposta triangulação financeira entre as empresas Vidgel, o pai de um delegado, e o próprio delegado.
Cumprimento dos mandados
Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organizações Criminosas da Capital e executados em diversos bairros do Rio, como Lagoa, Barra da Tijuca, Copacabana, Engenho Novo, Vila Isabel, Tijuca, Jacarepaguá, Ilha do Governador, e também em Icaraí, Niterói, e no município de Silva Jardim.
Delegados entre os principais investigados
Os delegados Allan Turnowski e Eduardo Clementino de Souza estão entre os principais alvos. Turnowski, ex-chefe da Polícia Civil, já havia sido preso em 2022 por suspeita de envolvimento com organizações criminosas e jogo do bicho, mas atualmente responde ao processo em liberdade. Promotores apontam transferências financeiras suspeitas envolvendo empresas e parentes de um dos delegados.
OAB acompanha a operação
A Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da OAB-RJ acompanha de perto as diligências, reforçando a transparência do processo investigativo.
A operação lança luz sobre práticas de corrupção e desvio de recursos públicos, reforçando a necessidade de maior fiscalização sobre contratos e o uso de verbas destinadas à saúde pública.