Polícia

Motorista de aplicativo acusa pai de Carlos Jordy de assédio sexual

Deputado Carlos Jordy (à direita) e seu pai, Carlos Roberto Mattos | Foto: Reprodução/Instagram
Deputado Carlos Jordy (à direita) e seu pai, Carlos Roberto Mattos | Foto: Reprodução/Instagram
A mulher que teve a identidade preservada, contou ao portal g1 e à polícia que Carlos Roberto Coelho de Mattos, de 73 anos, tocou em seu seio

Uma motorista de aplicativo fez uma grave acusação contra o pai do deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), Carlos Roberto Coelho de Mattos, de 73 anos, alegando assédio sexual. Segundo o relato prestado à polícia na última quarta-feira (31), a motorista pegou o passageiro em Niterói e o levaria até Botafogo, no Rio de Janeiro.

Durante a viagem, a motorista afirma que o idoso teria tocado em seus seios, levando-a a pedir que ele descesse do veículo. A Polícia Militar foi acionada e levou os envolvidos para a delegacia. Os depoimentos foram colhidos, porém, não há elementos suficientes para a prisão do idoso. A polícia continua investigando o caso em busca de testemunhas e mais informações.

A motorista afirmou que buscou o pai do deputado em Charitas, e o levaria até Botafogo, na Zona Sul do Rio, e os dois conversaram normalmente durante a viagem. Na Rua Real Grandeza, pouco antes do fim da corrida, a motorista afirma que Carlos perguntou se ela fazia corridas particulares e se teria algum cartão de contato.

“Eu disse que cartão eu não tinha, mas que poderia dar meu número. Antes mesmo de eu começar a falar, ele se aproximou e apertou meu seio direito. Ele pegou intensamente e eu dei um solavanco na mão dele”, relatou ao g1. “Eu falei ‘desce do meu carro, seu safado’. Ele chegou a fazer posição de luta, eu fiquei com medo de ele fazer mais alguma coisa porque ele estava com posição de soco e desci do carro”, contou ao g1.

“Ele não tinha como saber nada sobre mim, e começou a falar ‘tinha que ser de esquerda, sua esquerdinha safada’. Um taxista passou na hora e perguntou o que era, e eu disse que ‘esse velho passou a mão em mim’. Ele saiu xingando e foi para a rua seguinte, só que seguraram ele e chamaram a polícia”, disse também ao portal g1 e completou, “Na delegacia, ele chamou um investigador em particular, ficou rindo. Eu acho que fiz certo em denunciar. Eu tento ficar o mais masculina o possível para que não aconteça esse tipo de constrangimento. Me senti mal, exposta. Ele disse que não ia acontecer nada com ele por ser pai de político”.

O advogado de Carlos Roberto disse à CNN que a acusação é maldosa e motivada por questões políticas, e tomará todas as medidas necessárias para provar a inocência do cliente. A defesa alega que houve uma discussão após um comentário político divergente entre o idoso e a motorista, mas nega qualquer assédio sexual.

Em nota, a defesa informou que durante o trajeto de Niterói até a zona sul do Rio, o idoso teve um dialogo amistoso com a motorista, entretanto, em determinado momento, Carlos Roberto teria feito um comentário que teria demonstrado um posicionamento político divergente do da moça, o que, segundo ele, teria causado a discussão.  

“A condutora, mesmo sendo informada do desconforto do idoso, prosseguiu impetuosamente com o ultraje desmedido, dizendo: “sua corrida termina aqui! Desça do meu carro agora!”. Ao descer do automóvel, […] a motorista do aplicativo, não satisfeita, sem considerar a idade deste senhor de 73 anos, desceu em seguida e iniciou acusações espúrias e artificiosas de que o Sr. Carlos havia lhe constrangido sexualmente, gritando publicamente”, afirma o advogado em nota

O caso foi registrado na 10ª DP, no bairro de Botafogo, como importunação sexual e na delegacia, o idoso manifestou o direito de prestar depoimento assistido por seu advogado, e nada mais disse, de acordo com o registro de ocorrência. Após os depoimentos, ambos foram liberados da delegacia.