
A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta quinta-feira (7) a Operação Desfortuna, com o objetivo de desarticular uma rede de influenciadores digitais acusados de promover jogos de azar online ilegais, como o popularmente conhecido “jogo do tigrinho”. A investigação aponta indícios de lavagem de dinheiro e organização criminosa, com movimentações que ultrapassam R$ 4 bilhões.
Bia Miranda entre os investigados
Entre os 15 nomes investigados estão os influenciadores Bia Miranda, sua mãe Jenny Miranda, além de Gato Preto, MauMau, Lorrany, Luiza, Micaell Santos, Nayala Duarte, Paola, Paulina Attaide, Rafael Buarque, Tailane Garcia, Tailon e Vanessa.
Segundo os investigadores da DCOC-LD (Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro), os suspeitos usavam suas redes sociais para fazer promessas enganosas de lucros fáceis, incentivando milhares de seguidores a acessarem e jogarem nas plataformas, que são proibidas no Brasil.

Luxo, ostentação e dinheiro sem origem
De acordo com os relatórios do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), os investigados apresentavam estilos de vida incompatíveis com suas rendas declaradas, com gastos milionários em viagens internacionais, veículos de luxo e imóveis de alto padrão.
As investigações apontam que parte desse patrimônio teria origem nos valores movimentados pelas plataformas ilegais. O grupo atuava de forma estruturada, com divisão de tarefas entre divulgadores, operadores financeiros e empresas de fachada, o que caracteriza organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Operação em três estados
A operação ocorre simultaneamente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A investigação é conduzida pela DCOC-LD em conjunto com o Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) e o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) da Polícia Civil.
O delegado responsável afirmou que a investigação também identificou ligações de alguns investigados com o crime organizado, elevando a complexidade do caso.
O que diz a polícia
“Trata-se de uma rede muito bem articulada, com forte apelo digital e poder de convencimento sobre o público mais jovem. Nosso foco é proteger a população desses golpes disfarçados de entretenimento”, afirmou um dos investigadores da operação.
Por que isso importa
A popularização de jogos de azar nas redes sociais, especialmente entre influenciadores com milhões de seguidores, representa um grave risco social, especialmente para públicos vulneráveis. A operação é considerada um passo importante para coibir a banalização de práticas ilegais promovidas como se fossem “diversão”.
Entenda o “jogo do tigrinho”
O “jogo do tigrinho” é um tipo de cassino online disfarçado de jogo de sorte, amplamente promovido em plataformas como Instagram e TikTok. Apesar de proibido no Brasil, o jogo circula livremente, com promessas de ganhos rápidos e vídeos chamativos de influenciadores ganhando prêmios.
Especialistas alertam que o jogo tem alto poder viciante, prejuízos financeiros severos e está frequentemente ligado a lavagem de dinheiro e crimes cibernéticos.