
Rio de Janeiro - Na manhã desta quarta-feira (3), o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias (MDB), foi preso em uma ação integrada da Polícia Federal (PF), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Civil do RJ.
O parlamentar é acusado de tráfico de drogas, venda de armas, corrupção e lavagem de dinheiro, além de negociar equipamentos para o Comando Vermelho (CV).
TH foi encontrado em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, após não ter sido localizado em sua residência oficial.

Duas operações simultâneas
A prisão ocorreu no âmbito de duas investigações convergentes:
- Operação Zargun (Justiça Federal): cumpriu 18 mandados de prisão preventiva, 22 de busca e apreensão e bloqueio de R$ 40 milhões em bens, expedidos pelo TRF-2. O inquérito aponta esquema de corrupção que envolvia membros do CV, agentes públicos, policiais e até um delegado da PF.
- Operação Bandeirante (Justiça Estadual): denunciou TH e outros 4 acusados por associação ao tráfico e comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito.
Um dos locais de buscas foi a própria Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).
MDB expulsa deputado
Diante da repercussão, o MDB anunciou a expulsão de TH Joias dos quadros do partido.
“TH não seguirá mais conosco. Ele já não respeitava a orientação partidária e agora responde por crimes graves”, informou a legenda.
Quem é TH Joias
TH assumiu como suplente na Alerj em junho de 2024, após a morte do deputado Otoni de Paula Pai. Ele ficou conhecido por seu trabalho como designer de joias personalizadas, atendendo nomes como Poze do Rodo, L7 e o jogador Vini Jr.
Apesar da carreira como ourives herdada do pai, a investigação aponta que, nos bastidores, TH teria atuado diretamente para favorecer a facção criminosa nos complexos da Maré, Alemão e Parada de Lucas.
Acusações e penas
Segundo a PF e o MPRJ, os alvos das operações responderão por:
- Organização criminosa
- Tráfico internacional de armas e drogas
- Corrupção ativa e passiva
- Lavagem de dinheiro
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco/RJ) coordena os trabalhos em parceria com MPF, PF, Polícia Civil e MPRJ.