O vereador Eduardo Paiva (PL) | Reprodução Redes Sociais
O vereador Eduardo Paiva (PL) | Reprodução Redes Sociais

O caso que movimentou a Câmara Municipal de Niterói nesta segunda-feira (27) ganhou um novo capítulo à noite. O vereador Eduardo Paiva (PL), acusado de agredir o servidor Carlos Magno Oliveira de Faria, conhecido como Magno, compareceu à delegacia para registrar um boletim de ocorrência com a sua versão dos fatos.

A confusão aconteceu por volta das 13h40, dentro do prédio da Câmara, e terminou com acusações mútuas e abertura de inquérito policial. Segundo relatos de Magno, o vereador Eduardo Paiva (PL) teria o agredido com uma cabeçada no nariz nos corredores da Casa.

Carlos Magno Oliveira de Faria | Reprodução

O que diz o vereador Eduardo Paiva

Em depoimento prestado na delegacia e obtido pela reportagem, Eduardo Paiva negou qualquer tipo de agressão física ao servidor da Prefeitura e relatou que apenas tentou conversar com Magno após um desentendimento anterior.

Segundo o documento registrado pelo parlamentar:

“Que é vereador no município de Niterói; que, na data de 27/10/2025, por volta das 13h40min, estava na Câmara Municipal, quando dirigiu-se ao gabinete do vereador Moretti Júnior; que, lá chegando, percebeu que um homem de nome Magno, assessor do prefeito, ficou olhando e encarando o declarante; que, recentemente, o declarante tentou entregar um ofício ao prefeito Rodrigo Neves durante uma agenda no bairro do Maceió, porém fora empurrado por Magno, que o impediu de se aproximar do prefeito; que, por conta da situação, o declarante perguntou educadamente se Magno tinha algo contra ele e o chamou para conversarem no corredor; que Magno então se exaltou e ocorreu uma discussão acalorada entre os dois; que seu chefe de gabinete, Elbem Silva Nicolino Gonçalves, desceu até o gabinete de Moretti para ver o que estava acontecendo; que, ao perceber que os ânimos estavam exaltados, Elbem colocou-se entre Magno e o declarante; que, imediatamente, o declarante deixou o local e retornou para seu gabinete; que, alguns instantes depois, tomou conhecimento de que estava sendo acusado de ter dado uma cabeçada no nariz de Magno; que o declarante nega ter agredido Magno; que comparece a esta delegacia para comunicar o fato.”

O vereador afirmou que não houve cabeçada nem soco, conforme relatado por testemunhas da vítima.


Paiva diz ser alvo de perseguição

Em entrevista exclusiva à reportagem, Eduardo Paiva declarou que as acusações têm motivação política.

“Isso é uma tentativa de calar esse vereador que vem denunciando os absurdos que esse governo vem fazendo. Não é a primeira vez que tentam implantar uma denúncia falsa pra me prejudicar. Já tentaram em dezembro e ficou provado que mentiram, porém não divulguei para assumir meu mandato em paz. Só que hoje foi um absurdo, e está claro nos vídeos que tudo foi armado”, afirmou o parlamentar.

Questionado diretamente sobre a suposta agressão, Paiva afirmou:

“Não ocorreu agressão alguma da minha parte. Esse cidadão que veio alterado, gritando e querendo confusão. Foi quando meu chefe de gabinete ouviu a gritaria e desceu para conter esse senhor.”


Posicionamentos da Câmara e da Prefeitura

A Câmara Municipal de Niterói informou que a Mesa Diretora se reuniu logo após o episódio e decidiu encaminhar o caso à Comissão de Ética. O procedimento seguirá os trâmites legais e regimentais, assegurando o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Já a Prefeitura de Niterói divulgou nota oficial classificando o episódio como “inaceitável”. No texto, a administração municipal “repudia com veemência o ato de violência praticado por um vereador contra um servidor público municipal”.

“É inaceitável que o Legislativo, espaço do diálogo e da democracia, tenha se tornado palco de agressões, ameaças e tentativa de intimidação. A Prefeitura manifesta total solidariedade ao servidor público agredido e está prestando todo o apoio necessário. Atos dessa natureza não condizem com uma sociedade civilizada nem com os valores democráticos muito prezados pelos niteroienses”, diz a nota.


Polícia Civil investiga o caso

A 76ª Delegacia de Polícia (Centro de Niterói) é responsável pela investigação. De acordo com a Polícia Civil, o servidor foi submetido a exame de corpo de delito, enquanto testemunhas estão sendo ouvidas e as imagens das câmeras de segurança da Câmara estão sendo analisadas. O inquérito deve esclarecer se houve de fato agressão física e quem iniciou a confusão.