VIDA DE YOGA
A maioria das pessoas, quando ouve a palavra Yoga, pensa em alguém contorcendo o corpo, ou com longas barbas, quase nu, sentado de pernas cruzadas em meditação. Essa é uma compreensão limitada do que é a prática de Yoga. É quase um estereótipo que não condiz com a realidade.
Yoga vem de uma tradição muito antiga, surgida na Índia há alguns milhares de anos, numa sociedade chamada védica, nome que deriva de Vedas, que são as escrituras mais antigas que a humanidade conhece. A palavra Veda quer dizer “conhecimento”, em sânscrito. E essa tradição busca lidar com o ser humano em todas as suas dimensões: física, mental e espiritual.
Quando essa prática chegou ao Ocidente, no final do século XIX, sofreu uma espécie de “mutação”, uma adaptação à mente ocidental, e um excesso de valorização dos aspectos físicos acabou por transformar o Yoga numa espécie de ginástica. O corpo, numa prática de Yoga, é fortalecido, alongado, ganha estabilidade e flexibilidade, mas isso não é o propósito original. O objetivo de todo esse esforço – que inclui muitas outras técnicas além das posturas físicas, chamadas āsanas – é dar ao praticante uma consciência corporal que perdemos na nossa sociedade. E, a partir dessa consciência e da observação do corpo, conseguir chegar até a mente, muito mais volátil e difícil de ser conquistada. Isso porque o corpo está sempre no presente, enquanto a mente divaga para o passado e o futuro como um passageiro que salta de um ônibus para outro e nunca chega a lugar algum. Esse processo de perceber a mente é parte do que chamamos de meditação.
A proposta desta coluna é trazer reflexões sobre esses múltiplos aspectos do Yoga. Vamos falar de técnicas, de conceitos, de valores e, sobretudo, buscar trazer esses ensinamentos milenares para o nosso cotidiano. Para a nossa realidade. Afinal, tudo o que fazemos na vida precisa de um propósito. Se você não sabe para onde quer ir, também não será capaz de perceber quando chegar.
Venha com a gente.