Time de futebol decreta falência após 114 anos
Má gestão e dívidas levaram ao colapso financeiro

O tradicional clube italiano Brescia Calcio teve sua falência confirmada pela Justiça após mais de um século de história. A decisão surpreendeu o mundo esportivo e encerrou um legado iniciado em 1911.

Craques revelados, campanhas marcantes e paixão da torcida agora fazem parte da memória, enquanto o futuro do clube tenta se reerguer sob novo nome e gestão.

O que levou o Brescia Calcio à falência?

A falência do Brescia Calcio foi provocada por uma sucessão de falhas administrativas. O estopim foi o calote em uma parcela de 3 milhões de euros necessária para a inscrição, que se somou a um passivo fiscal acumulado superior a 8 milhões.

Sem investidores dispostos a assumir essa dívida total, o clube não resistiu. As más campanhas em campo agravaram a queda de receitas, e as tentativas de renegociar valores não avançaram. Em 9 de junho de 2025, a Justiça italiana decretou oficialmente a falência, encerrando a atuação do clube no futebol profissional.

A FIGC confirmou a exclusão do time das competições em 3 de julho de 2025, liberando automaticamente todos os jogadores de seus contratos. A ausência de um plano sólido de reestruturação inviabilizou qualquer retomada no formato original.

Atenção: o caso do Brescia mostra como a falta de planejamento financeiro pode derrubar até instituições centenárias.

Time de futebol decreta falência após 114 anos
Clube italiano Brescia Calcio faliu após 113 anos de história

Ídolos revelados pelo clube ajudaram a eternizar sua história

Mesmo fora do cenário atual, o legado esportivo do Brescia permanece graças aos grandes nomes que vestiram sua camisa. Esses talentos projetaram o clube para além da Itália.

  • Andrea Pirlo: formado no clube, virou referência mundial como meia.
  • Roberto Baggio: marcou 46 gols pelo time entre 2000 e 2004.
  • Pep Guardiola: jogou entre 2001 e 2003 antes de iniciar carreira como técnico.
  • Dica rápida: poucos clubes médios revelaram tantos ídolos em tão pouco tempo.

O que acontecerá com o clube após a falência?

Apesar da exclusão oficial, o futebol não morreu em Brescia. Em 17 de julho de 2025, o grupo proprietário da Feralpisalò transferiu o título esportivo do clube vizinho para a capital. Em uma manobra polêmica, a antiga identidade foi extinta para dar lugar ao Union Brescia, garantindo a vaga na Serie C italiana.

A movimentação remete a outros clubes que também recomeçaram após colapsos financeiros, como Parma e Fiorentina. A força da torcida e o engajamento local têm papel essencial nesse processo.

  • Uso de marca e títulos depende de aprovação judicial.
  • Gestão reiniciada com novo estatuto e CNPJ.
  • Equipe disputa a Serie C 2025-2026 como Union Brescia.
  • Ex-jogadores e torcedores atuam para atrair patrocinadores.

Falência de clubes tradicionais é comum no futebol europeu

A crise financeira no futebol europeu tornou episódios como o do Brescia mais frequentes. Modelos de gestão frágeis e dependência de resultados criam um ambiente instável mesmo entre clubes históricos.

Apesar das dificuldades, muitos times conseguiram se reconstruir a partir de divisões inferiores, em processos que duraram anos, mas mantiveram viva a identidade dos torcedores.

Fiorentina: decretou falência em 2002 e voltou como Florentia Viola.
Parma: quebrou em 2004 e retornou à elite apenas em 2018.
Rangers: recomeçou na 4ª divisão escocesa após ser liquidado em 2012.
Curiosidade: nem todos conseguem preservar escudo e nome original.

O legado esportivo do Brescia permanece na memória dos torcedores

Mesmo fora das grandes ligas, o Brescia Calcio acumulou feitos memoráveis. É o clube com mais participações na Serie B italiana, totalizando 61 presenças, o que o torna símbolo da competição.

Na temporada 2000-2001, alcançou o oitavo lugar na Serie A com Roberto Baggio em campo, além de ter disputado a final da Taça Intertoto no cenário europeu.

  • Dario Hübner: destaque entre os artilheiros com gols decisivos.
  • Luigi Di Biagio: presença marcante nos anos 90 e 2000.
  • Andrea Caracciolo: maior goleador da história do clube.
  • Conquistas reforçam o respeito ao escudo azul mesmo após o fim oficial.