Com a morte do papa Francisco, nesta segunda-feira (21), o Vaticano se prepara para um novo conclave, rito que escolherá o próximo líder da Igreja Católica. Ao todo, 252 cardeais compõem o Colégio Cardinalício, sendo que 135 estão aptos a votar — incluindo sete brasileiros.
De acordo com as normas do Vaticano, cardeais com mais de 80 anos não têm direito ao voto, mas podem participar das reuniões preparatórias e até mesmo ser escolhidos, embora isso seja raro. Entre os oito cardeais brasileiros, apenas Dom Raymundo Damasceno Assis, de 88 anos, arcebispo emérito de Aparecida (SP), não participará da votação por causa da idade.
Conheça os cardeais brasileiros com direito a voto no conclave:
João Braz de Aviz
Natural de Mafra (SC), tem 77 anos. Foi arcebispo de Brasília e é o atual prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, no Vaticano. Foi nomeado cardeal em 2012 por Bento XVI.

Paulo Cezar Costa
Arcebispo de Brasília, nasceu em Valença (RJ), tem 57 anos. Foi pároco em Vassouras e bispo de São Carlos (SP). Em 2022, foi nomeado cardeal-presbítero por Francisco.

Sérgio da Rocha
Arcebispo primaz de Salvador, nasceu em Dobrada (SP), tem 64 anos. Já foi arcebispo de Brasília e de Teresina. É membro do influente Conselho de Cardeais do Vaticano, nomeado por Francisco.

Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo, nasceu em Cerro Largo (RS), tem 75 anos. Ex-secretário-geral da CNBB, é um dos cardeais mais experientes do Brasil, com forte influência no clero latino-americano.

Jaime Spengler
Presidente da CNBB (2023–2027), é arcebispo de Porto Alegre. Catarinense de Gaspar, tem 63 anos. Doutor em filosofia, foi nomeado cardeal em 2024 por Francisco e atua também no Conselho Episcopal Latino-Americano.

Leonardo Ulrich Steiner
Arcebispo de Manaus e ex-secretário-geral da CNBB. Nascido em Forquilhinha (SC), tem 73 anos. Nomeado cardeal em 2022, tem ligação direta com as causas da Amazônia, pauta valorizada por Francisco.

Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro desde 2009, nasceu em São José do Rio Pardo (SP), tem 73 anos. Foi cardeal-presbítero desde 2014 e é conhecido por sua trajetória em dioceses de São Paulo e Pará. Sua mãe teria recebido uma profecia de que o filho “seria bispo e depois papa”.

Não vota, mas participa das discussões
Dom Raymundo Damasceno Assis, de 88 anos, é arcebispo emérito de Aparecida. Teólogo e ex-presidente da CNBB, foi nomeado cardeal por Bento XVI. Mesmo sem direito a voto, poderá integrar os encontros prévios do conclave.

Como funciona o conclave?
Após o luto oficial de nove dias, os cardeais votantes — todos com menos de 80 anos — se reúnem a portas fechadas na Capela Sistina, onde ocorre o processo de votação secreta. Para ser eleito, o candidato precisa de pelo menos dois terços dos votos. Quando um nome é escolhido, a fumaça branca sobe e o mundo ouve: “Habemus Papam”.