Propina recebida por Neves foi usada para caixa 2, diz a ação do MPRJ
Foi decretado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) na última terça-feira (18) o bloqueio de bens do prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT). A liminar teve como base a ação civil de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro na última semana (Leia +). O MPRJ acusa o prefeito e o ex-secretário municipal de Obras Domício Mascarenhas de corrupção passiva e mais três empresários do ramo de transporte público rodoviário de corrupção ativa por desvios referentes à gratuidade de passagens de ônibus.
De acordo com a ação civil pública (ACP), o grupo liderado pelo prefeito recebeu vantagens financeiras indevidas pagas pelos consórcios de empresas de ônibus da cidade, em situação similar ao esquema irregular de pagamento de propinas capitaneado pela Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor), durante o governo Sérgio Cabral.
O bloqueio de bens determinado pela Justiça é de até R$ 10,9 milhões em contas bancárias e bens móveis e imóveis. A decisão afirma que a determinação é para assegurar um eventual ressarcimento aos cofres públicos, medida que já constava na ação do MPRJ. A liminar também bloqueia os bens de Domício Mascarenhas.
De acordo com o MP, o esquema criminoso movimentou o pagamento de propina, por parte das empresas de ônibus aos líderes da organização criminosa, na ordem de R$ 11 milhões apenas no período entre abril de 2014 a dezembro de 2018, em valores aferidos à época.