A Fiocruz anunciou o início de 56 novos projetos de saúde integral nas favelas do Rio de Janeiro, em parceria com instituições da sociedade civil. Estes projetos fazem parte da primeira chamada pública no Brasil com foco na saúde em favelas, e foram lançados com um aporte inicial de R$ 4,5 milhões em 2021.
Com a expansão do investimento para R$ 22,2 milhões, o número de projetos apoiados chega a 146, abrangendo 33 cidades do estado e beneficiando cerca de 385 mil pessoas.
Dentre os novos projetos, Niterói se destaca com 15 iniciativas voltadas para a saúde integral nas favelas. Essas ações incluem treinamento profissional em saúde, atividades ligadas à saúde mental, desenvolvimento da agroecologia, iniciativas de comunicação e informação com foco em arte e cultura, além da produção de diagnósticos sociais das políticas e serviços de saúde nas favelas.
Expansão e Impacto
A ampliação do Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro inclui a entrada de novas cidades, aumentando de 18 para 33 municípios atendidos. Entre os novos municípios estão Barra Mansa, Belford Roxo, Cabo Frio, e Teresópolis. Richarlls Martins, coordenador-executivo do Plano, ressalta que a entrada de novas instituições fortalecerá ainda mais a descentralização das ações, promovendo uma avaliação substanciada do impacto e ampliando a participação da sociedade civil na saúde das favelas.
Projetos Específicos e Resultados
Um dos destaques é o lançamento de uma estratégia específica para a Rocinha, que mapeará ações de vigilância popular em saúde e produzirá um documento para subsidiar ações coordenadas entre a gestão pública e a sociedade civil. Em 2025, o foco será a formação continuada de profissionais de saúde e a criação de um plano de comunicação e informação em saúde para esses territórios.
Resultados Acumulados
Desde 2021, o Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro impactou diretamente cerca de 385 mil pessoas. As iniciativas focaram em segurança alimentar, saúde mental, comunicação em saúde, educação popular e geração de renda. Foram distribuídas 525 toneladas de alimentos para famílias em situação de pobreza, e sete cozinhas comunitárias forneceram aproximadamente 100 mil refeições.
Projetos como o “Jovens Comunicadores” da Bem TV, que atua em Niterói e São Gonçalo, se destacam na produção de conteúdo sobre prevenção e vacinação, e ganharam o Prêmio Nacional de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil em 2024.
Futuro das Ações
Os novos projetos visam continuar a combater a fome, melhorar a saúde mental, promover a educação integral e reforçar a comunicação em saúde. Estima-se que 75% do público beneficiado diretamente são mulheres, a maioria negras, reforçando o compromisso da Fiocruz com a equidade e a inclusão social.
Este esforço conjunto entre a Fiocruz, instituições parceiras e a sociedade civil promete transformar a saúde nas favelas do Rio de Janeiro, com Niterói desempenhando um papel crucial neste processo de transformação.