O movimento escoteiro de Niterói não poderia ter recebido presente melhor no ano do seu centenário. Por uma iniciativa do vereador Bruno Lessa (PSDB), o Escotismo se tornou patrimônio imaterial de Niterói.
A proposta foi votada na sessão plenária da última quarta-feira(6) e teve o apoio dos demais vereadores. O tombamento era um desejo antigo dos escoteiros e que agora, se tornou realidade.
“Tombar o Escotismo é reconhecer o trabalho que os escoteiros realizam há anos na construção de valores, principalmente, entre crianças e jovens. O Escotismo é uma escola de cidadania. Grandes homens como Olavo Bilac, Alberto Oliveira e, tantos outros, ajudaram a construir essa história exitosa do movimento” justificou o proponente.
Em junho deste ano, Lessa realizou uma sessão solene em comemoração ao centenário da instituição na Câmara Municipal. As galerias ficaram lotadas. Representantes de diversos grupos de escoteiros de Niterói, de municípios vizinhos, do Estado do Rio e da Nacional compareceram ao evento.
Atualmente, existem dez grupos atuando na cidade: GE Professor João Brazil, no Fonseca s GE do Gaviões do Mar, na Ilha da Boa Viagem; Benevenuto Cellini, no Jurujuba Iate Clube; São Francisco de Assis, em Pendotiba; Martim Afonso, no Ginásio Martins; Guardiões da Honra, em Itaipu; Imbuí, em Piratininga; Lourival Gomes de Andrade, Centro e Rei de Salém, Fonseca.
A história dos escoteiros em Niterói é marcada pela preservação ambiental e atuação em tragédias naturais. Em abril de 2010, após as chuvas que castigaram a cidade, os escoteiros se uniram aos bombeiros para ajudar no resgate de feridos e desabrigados no Morro do Bumba, no bairro do Viçoso Jardim. Arrecadaram ainda muitos mantimentos para os desabrigados.
Em 2008, distribuíram panfletos e cartilhas de prevenção à dengue. Em 1996, junto com a Associação de Moradores da Ponta da Areia, plantaram mudas de árvores nativas de Mata Atlântica no Morro da Armação, terminando com os incêndios na área. Em 1961, participaram, como voluntários para o Hospital Antônio Pedro na ajuda aos feridos do incêndio do Gran Circus.
História
O movimento foi fundado em 17 de novembro de 1917 em Niterói com apoio dos poetas Olavo Bilac e Alberto Oliveira (um dos fundadores da Academia Fluminense de Letras). Foi no bairro da Engenhoca que surgiu o pioneiro Grupo de Escoteiros de Nictheroy, com dois chefes e nove jovens na idade de 10 a 17 anos. Bilac é o patrono do escotismo nacional.
No Brasil chegou em 1910, trazido por marinheiros e oficiais, que trouxeram uniformes escoteiros. No dia 14 de junho daquele ano numa casa no bairro carioca do Catumbi reuniram-se os primeiros escoteiros, que fundaram o Centro de Boys Scouts do Brasil.
O movimento foi fundado no mundo em 1907 pelo ex-general inglês Robert Baden-Powell, após ele afastar-se do Exército. Aproveitou técnicas que seriam úteis no desenvolvimento dos jovens para criar um movimento educacional.