A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Conselho Comunitário de Segurança (CCS) de Niterói realizaram nesta segunda-feira, 22, a primeira reunião para tratar do problema do roubo de cargas no município. Com presença de autoridades de segurança pública, sindicatos, comissões de segurança e ONGs, foram definidas, no encontro, algumas propostas de prevenção e ações conjuntas de fiscalização, além da criação de um grupo de trabalho que voltará a se reunir no dia 23 de fevereiro.
Entre as propostas levantadas na reunião, foram decididas algumas medidas, como a criação de uma campanha de conscientização da população sobre a importância de se denunciar atividades suspeitas e de não colaborar com este tipo de atividade por meio da aquisição de produtos sem a apresentação da nota fiscal, além da análise, junto aos sindicatos patronais das Seguradoras e do Transporte de Cargas, da possibilidade de criação ou utilização de um aplicativo que facilite as denúncias.
De acordo com o presidente da CDL, Luiz Vieira, o objetivo da reunião, de avaliar a situação de Niterói com relação às ocorrências de roubos de carga que têm afetado a região de forma geral, foi cumprido. Segundo ele, o problema impacta na segurança do comércio e também prejudica o consumo, uma vez que tais ocorrências encarecem os preços dos seguros e do transporte, que acabam sendo repassados na venda. Além disso, Luiz Vieira destaca que o agravamento desse crime no município pode culminar em sanções por parte das seguradoras e transportadoras.
“Sabemos que os índices de roubo de carga em Niterói são incipientes, apesar de termos vistos diversos casos nas rodovias e nos municípios vizinhos, então precisamos tomar medidas preventivas para que esse problema não se agrave. Por isso, decidimos organizar uma reunião para que a CDL pudesse ouvir dos principais representantes dos órgãos de segurança municipais e estaduais no em que a entidade pode colaborar”, destaca Luiz.
Sobre o questionamento, o chefe da 2ª Delegacia de Polícia Rodoviária Federal (PRF), Daniel Cerqueira Dassié, destacou que é importante que a CDL colabore com a fiscalização do comércio, auxiliando a polícia com informações que permitam um mapeamento local. Ele ainda explicou que existe uma divisão técnica dos tipos de quadrilhas que atuam no roubo de carga.
“São quadrilhas especializadas, que planejam o roubo de acordo com o produto e já têm exatamente para quem comercializar o material, e os roubadores oportunistas, que despontam como mais um braço de obtenção de lucro do tráfico de drogas”, explicou Cerqueira. Ele adiantou que essa autofiscalização, por parte da entidade, servirá para identificar os comércios que colaboram com esse esquema criminoso e também a ajudar a prender essas quadrilhas especializadas: “Os roubadores oportunistas são mais fáceis de identificar, mas mesmo com uma denúncia imediata, se faz necessário planejamento para entrar em áreas de risco e recuperar a carga”, conclui.
Outro ponto importante na prevenção foi a decisão de otimizar o trabalho da guarda municipal junto às delegacias distritais. Segundo o secretário municipal de Ordem Pública (SEOP), coronel Gilson Chagas, a maior dificuldade do órgão fiscalizador é que as informações sobre os roubos de cargas são limitadas, dificultando uma atuação mais incisiva da guarda.
“As denúncias tratam de valores e trazem uma descrição genérica do que foi roubado. Para nós que fazemos esse trabalho de repressão dentro do município, é importante que sejam detalhados o que foi roubado, o lote, a quantidade, pois assim podemos estar mais atentos durante as fiscalizações”, disse Chagas.
Juntaram-se aos presidentes da CDL, Luiz Viera, e do Conselho, Leandro Santiago, o chefe da 2ª Delegacia de Polícia Rodoviária Federal (PRF), Daniel Cerqueira Dassié; o inspetor da PRF, Elusay Alves; o subcomandante do 12º BPM, tenente-coronel Fábio Marçal; o secretário municipal de Ordem Pública, coronel Gilson Chagas; o chefe da 4º Divisão de Polícia Administrativa (DPA), Pedro Medina; o delegado da 78ª DP, Luiz Henrique Pereira; o inspetor da 81ª DP, José Castro; o secretário do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Transporte Rodoviário de Carga de Niterói (SEETRCN), William Eduardo; a presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB Niterói, Rafaella Cupello; o representante da ONG ViverBem, Felipe Reis; e o empresário e diretor da CDL, Rogério Rosseti.