Os laços entre Niterói e a cidade irmã de Nazaré (Portugal) estão mais fortes, com a arte e a natureza como partes dessa conexão. Neste sábado (30), o Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói inaugurou a exposição “A onda indomável”, do artista português Ricardo Bravo, inspirada pelo mar de Nazaré. A mostra com 20 fotografias em preto e branco, com diferentes projeções de som e luz, que propiciam uma experiência sensorial aos visitantes, fica em cartaz até 15 de outubro.
O prefeito Axel Grael destacou o simbolismo da exposição, que traz fotos das grandes ondas de Nazaré, um dos motivos da aproximação das duas cidades
“Quando estivemos em Nazaré pela primeira vez para conversar com o prefeito Walter Chicharro, ele nos falou: ‘Está vendo esses loucos que enfrentam as ondas gigantes daqui? Muitos são de Niterói ‘. Então, essa relação entre as pessoas das duas cidades já existia. Estamos buscando aumentar cada vez mais as parcerias. E não só no esporte, não só no surfe, não só na cultura, mas também com investimentos na área da pesca, da atividade da econômica. Temos a perspectiva de ter investimentos de empresários de lá aqui na nossa cidade. Essa exposição hoje é simbólica de muitas coisas boas que virão”, adiantou Axel Grael.
O prefeito de Nazaré, Walter Chicharro, lembrou a relação da Vila portuguesa com as ondas e como elas têm feito fama e aproximado cidades como Niterói. Ele diz que as visitas a Niterói já o fazem se sentir um guia na cidade.
“Nazaré hoje é uma das marcas mais importantes de Portugal por conta das ondas grandes. Gostamos de ser chamados de Vila e queremos continuar sendo chamados assim. Mas as ondas têm atraído a atenção das pessoas de fora e nos permitindo a alegria de estreitar relações com Niterói. Desde fevereiro, quando vim pela primeira vez aqui, já me senti bem recebido. Depois, vim mais duas vezes e agora já sou o guia das pessoas que trago comigo”, brincou Walter Chicharro.
Fernando Brandão, presidente da Fundação de Artes de Niterói (FAN), disse que o intercâmbio cultural com Nazaré e com outras cidades portuguesas será intensificado.
“A oportunidade de fazer essa aproximação com cidades portuguesas permitiu que a gente fizesse uma turnê internacional da nossa Companhia de Ballet Municipal de Niterói em cidades portuguesas, através dessa interação e dessa relação que Niterói tem feito com essas cidades. A gente já está programando para o ano que vem a segunda turnê que vai ser ampliada e, com certeza, vamos a Nazaré”, contou Fernando Brandão.
Expondo pela primeira vez fora de Portugal, o fotógrafo Ricardo Bravo se declara um admirador de Oscar Niemeyer e revela sentir-se realizado por ver o seu trabalho apresentado num museu projetado pelo arquiteto.
“Quando cheguei há três dias, vim ver a montagem da exposição e fiquei realmente sem palavras, porque para mim é um privilégio expor num edifício tão emblemático de um arquiteto que eu admiro tanto. O edifício tem uma dimensão muito marcante. Eu gosto muito de ver o meu trabalho aqui. As pessoas verão fotografias que demoraram muito tempo para serem feitas. São tantos anos a fotografar até chegar aqui e as fotografias ficarem neste local. Quase só acreditei quando vi. Mesmo assim, parece que não dá para acreditar. É uma sensação muito boa”, completou Ricardo Bravo.