Dia das Crianças promete acelerar o varejo em Niterói

Com uma gama de opções para os mais variados bolsos, o varejo de Niterói se preparou com experiências inéditas e presentes que prometem tirar os pequenos das telas nessa data especial, que é a terceira mais importante do comércio, ficando atrás apenas do Natal e do Dia das Mães.

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, CNC, as vendas para o Dia das Crianças devem movimentar R$ 9,96 bilhões no comércio nacional, o que representa alta de 1,1% em relação ao ano passado, quando as compras somaram R$ 9,85 bilhões. 

Se no Brasil a projeção é de 1% de crescimento, em Niterói o cenário é bem mais promissor. Para Luiz Vieira, presidente da CDL, Câmara de Dirigentes Lojistas de Niterói, o avanço versus o ano anterior deve ser de 5%: “O Dia das Crianças é um termômetro para as vendas de final de ano. É uma data forte em todos os sentidos, com uma movimentação não apenas em brinquedos, mas também em vestuário e calçados. Além dos pais, padrinhos e avós também têm o costume de presentear, o que aumenta ainda mais esse fluxo.

De acordo com a empresária Letícia Torzecki, proprietária de 4 lojas da Ri-Happy na cidade, os pais estão priorizando cada vez mais os brinquedos às telas, em uma troca saudável, e a indústria segue inovando cada vez mais com opções variadas e dinâmicas. “Nós estamos investindo cada vez mais na experiência do cliente em nossos pontos de venda, com treinamentos constantes para o time. As lojas se tornam verdadeiros playgrounds para as famílias, e nós trabalhamos com uma curadoria incrível na seleção das melhores opções para o público. Estamos muito confiantes que essas ações terão reflexo efetivo no aumento das vendas.”

Coletivo de moda infantil inaugurado recentemente no Ifashion, em Icaraí, a Voa é ainda mais otimista e projeta crescimento de 30% nas vendas para o mês, que tem também o Halloween no calendário de varejo. Para Bruna Torres, sócia do empreendimento, outubro é um mês muito forte: “Estamos oferecendo atrações em todos os finais de semana, com oficinas pensadas para toda a família, tirando os pequenos das telas e valorizando o ato de brincar. Trabalhamos com marcas fortes e exclusivas, como Farm e Carmed, com opções a partir de 30 reais e um mix super variado”, revela a empreendedora, que mensura o ticket médio dos presentes em 170 reais.

Cenário Nacional

Na projeção da CNC, que considera valores reais já incluindo a inflação do período, os quase R$ 10 bilhões esperados em vendas só ficam atrás de 2014, que somou R$ 10,5 bilhões. O Dia das Crianças é a terceira data mais importante para o comércio, ficando apenas atrás do Natal (R$ 72,8 bilhões em 2024) e do Dia das Mães (R$ 14,5 bilhões em 2025).

Ainda de acordo com a confederação, a maior fatia das vendas irá para o setor de vestuário e calçados, representando 27% do montante. Veja abaixo a expectativa para cada segmento:

• Vestuário, calçados e acessórios: R$ 2,71 bilhões
• Eletroeletrônicos e brinquedos: R$ 2,66 bilhões
• Farmácias, perfumarias e cosméticos: R$ 2,15 bilhões
• Móveis e Eletrodomésticos: R$ 1,29 bilhão
• Hiper e supermercados: R$ 690 milhões
• Outros segmentos: R$ 45 milhões

Para Fabio Bentes, economista-chefe da CNC, apesar de as vendas esperadas serem as maiores em mais de dez anos, o aumento de 1,1% na passagem de 2024 para 2025 poderia ser maior, se não fosse o cenário atual de juros altos e inflação: “A inflação ainda não está onde a gente quer, e os juros, justamente por conta disso, estão também em um patamar que ninguém deseja, um patamar muito elevado. Então, a combinação desses dois fatores explica por que as vendas não vão acelerar este ano, mesmo com o mercado de trabalho tão bom”, avalia.

O levantamento da CNC estima que a inflação dos produtos típicos das vendas de Dia das Crianças foi superior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com alta de 8,5%, em média, em relação à data em 2024.

Como consumir de forma consciente neste Dia das Crianças?

Especialista em finanças e assessoria de investimentos da LifeTime, do BTG, Emília Santos oferece dicas para uma escolha de presentes que não afete o bolso do consumidor.

• Prefira brinquedos que estimulem a criatividade e o aprendizado. Incentive a troca de brinquedos entre amigos ou a doação de itens em bom estado e envolva a criança nas decisões para criar senso de responsabilidade
• Para evitar comprar por impulso e mater as finanças sobre controle: Estabeleça quanto pode gastar, pesquise os preços com calma para encontrar opções e ter tempo de comparar opções. Coloque na balança presentes alternativos e considere experiências como um piquenique ou uma tarde no cinema. Momentos podem ser tão especiais como um brinquedo novo .
• Escolha itens que tenham qualidade e longa vida útil é uma forma de investir melhor o dinheiro.
• Evite parcelamentos longos. Podem parecer vantajosos, mas acumular parcelas pode comprometer o orçamento dos meses seguintes. Se o presente for mais caro, considere dividir o valor com outros familiares. Presentes coletivos podem ser mais significativos e acessíveis.
• Se o orçamento estiver apertado Aproveite brechós e grupos de troca onde podemos encontrar brinquedos usados em bom estado são uma excelente opção. Além de econômicos, são uma forma de praticar o consumo consciente.