MUNDO – A mais nova ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, estimula a compra de produtos nacionais e a contratação de norte-americanos. Chamada de Buy American, Hire American (Compre produtos americanos, contrate americanos), a ordem executiva segue a linha nacionalista adotada por Trump durante a campanha e ordena que as agências governamentais reavaliem acordos comerciais de livre comércio que estejam prejudicando a indústria nacional.
Além disso, o texto, assinado na terça-feira (18), determina que os programas de concessão de vistos de trabalho temporário, como o visto H1B para estrangeiros, sejam revistos.
“Para comprar [produtos do país] e contratar americanos, eu assino esta ordem que vai proteger trabalhadores e estudantes, como vocês”, afirmou Trump, dirigindo-se a trabalhadores de uma fábrica no estado de Wisconsin.
Na linha de “a América em primeiro lugar”, Donald Trump disse que, a partir da ordem assinada, as agências federais terão de revisar os procedimentos, tanto em negociações comerciais quanto na contratação temporária de estrangeiros.
O objetivo é proteger determinados produtos no mercado norte-americano. Na visão de Trump, os acordos comerciais prejudicaram a indústria nacional, provocando o fechamento de fábricas e a diminuição dos salários dos trabalhadores, devido à entrada de produtos importados mais baratos. Essa retórica foi uma das bases da campanha de Donald Trump.
Ele disse que a ordem vai promover de maneira “agressiva” a fabricação e o comércio de bens nacionais, além de garantir que os norte-americanos sejam contratados primordialmente, antes de um estrangeiro.
Ao discursar, o presidente criticou a Organização Mundial do Comércio (OMS). “É um dos nossos desastres”, afirmou o presidente, que voltou a desqualificar o chamado Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, sigla em inglês). “O Nafta é um desastre completo.”
Trabalho temporário
A concessão de vistos temporários de trabalho, até então, vinha sendo feita anualmente com um volume de até 85 mil vistos por exercício.
Críticos do governo Trump afirmam que a mão de obra estrangeira contratada por meio dos vistos temporários de trabalho não necessariamente compete ou impede norte-americanos de conseguir emprego.
Em geral, os profissionais estrangeiros contratados têm alto nível de escolaridade e habilidades específicas que as empresas alegam estar em falta no mercado nacional. Profissionais das áreas de saúde, informática e tecnologia são os mais requisitados.
Entretanto, Trump defende a necessidade de revisão do programa porque algumas empresas usavam a prerrogativa para contratar profissionais estrangeiros com salários mais baixos do que poderiam pagar a um profissional altamente qualificado norte-americano.
Por: Leandra Felipe