Thiago Lontra/ALERJ | Deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil)
Thiago Lontra/ALERJ | Deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil)

Rio de Janeiro - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta terça-feira (9) a soltura do deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil), presidente licenciado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O parlamentar estava detido desde 3 de dezembro, após ser alvo da Operação Unha e Carne, da Polícia Federal.

A decisão ocorreu após a Alerj votar pela revogação da prisão. Foram 42 votos a favor, 21 contra e 2 abstenções — número superior ao mínimo de 36 votos exigidos pela Constituição estadual.

Apesar de acatar a decisão do Legislativo fluminense, Moraes impôs medidas cautelares rígidas, que incluem:

  • Afastamento da presidência da Alerj
  • Tornozeleira eletrônica
  • Recolhimento domiciliar noturno (19h às 6h)
  • Proibição de contato com demais investigados
  • Entrega de todos os passaportes
  • Suspensão do porte de arma

Caso alguma medida seja descumprida, multa diária de R$ 50 mil poderá ser aplicada.

O STF determinou que o monitoramento eletrônico deve ser instalado imediatamente, assim que for cumprido o alvará de soltura.


Entenda o caso

Bacellar foi preso preventivamente sob suspeita de vazar informações sigilosas da Operação Zargun, que prendeu o ex-deputado TH Joias em setembro.

TH Joias é investigado por:

  • tráfico de drogas
  • corrupção
  • lavagem de dinheiro
  • negociações de armas com o Comando Vermelho

O ex-parlamentar perdeu o mandato após sua prisão.

A investigação da PF aponta que Bacellar teria avisado o aliado antecipadamente sobre a operação para evitar sua captura — o que configura obstrução de Justiça.


Cenário político em alerta

A decisão cria um novo capítulo na crise política da Alerj. Bacellar deixa a prisão, mas não retoma o comando da Casa por ora. O cargo segue com o presidente em exercício, deputado Guilherme Delaroli (PL).

Nos bastidores, aliados de Bacellar já tratam a soltura como vitória política parcial — enquanto oposição e entidades jurídicas defendem rigor nas investigações.