Justiça

Julgamento de Bolsonaro no STF terá oito sessões; veja detalhes

O julgamento de Bolsonaro no STF terá oito sessões. Descubra todos os detalhes sobre este processo histórico.

Divulgação/Instagram Jair Bolsonaro
Divulgação/Instagram Jair Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (2) um julgamento considerado histórico: o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete de seus principais aliados, acusados de integrar a trama golpista que tentou reverter o resultado das eleições de 2022.

Cerca de dois anos e meio após os atos de 8 de janeiro de 2023, o tribunal poderá decidir pela prisão de um ex-presidente da República e de generais do Exército – algo inédito desde a redemocratização.

© Valter Campanato/Agência Brasil

Esquema especial de segurança

Para garantir a tranquilidade das sessões, o STF montou um esquema de segurança reforçado, incluindo:

  • Restrições de acesso aos prédios da Corte;
  • Varredura com cães farejadores em busca de explosivos;
  • Uso de drones para monitoramento externo.

A cobertura jornalística será massiva: já são 501 pedidos de credenciamento de jornalistas nacionais e internacionais.


Público presencial

Em decisão inédita, o STF também abriu credenciamento ao público. Foram 3.357 inscrições de interessados, mas apenas os 1.200 primeiros terão direito de assistir, por meio de telão na sala da Segunda Turma.

A sala da Primeira Turma, onde o julgamento acontece, será restrita a advogados e à imprensa.

Cada uma das oito sessões terá 150 lugares disponíveis.


Calendário das sessões

  • 2/9 – 9h e 14h
  • 3/9 – 9h
  • 9/9 – 9h e 14h
  • 10/9 – 9h
  • 12/9 – 9h e 14h

Nos dias 2, 9 e 12, as sessões se estendem ao longo do dia, com intervalo para almoço.


Quem são os réus

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin, hoje deputado federal
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do DF
  • Augusto Heleno – ex-ministro do GSI
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
  • Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato a vice em 2022
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Como será o julgamento

O rito segue o Regimento Interno do STF e a Lei 8.038/1990.

  • O presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, abre a sessão.
  • O relator Alexandre de Moraes lê o relatório do processo.
  • O procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até 2h para acusar.
  • Os advogados de defesa de cada réu terão até 1h cada para sustentações orais.

Crimes em análise

Os réus respondem pelos crimes de:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado com violência e grave ameaça;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Exceção: Alexandre Ramagem responde apenas a três crimes (golpe, organização criminosa e abolição violenta), pois tem imunidade parlamentar que suspende acusações ligadas a danos patrimoniais.


Votação

  • O relator Moraes vota primeiro, analisando preliminares e o mérito.
  • Depois votam, em ordem: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
  • A condenação ou absolvição será definida pela maioria (3 de 5 ministros).

Um pedido de vista pode suspender o julgamento por até 90 dias.


Prisão em caso de condenação

Se houver condenação, a prisão não será automática. Ela dependerá da análise de recursos.

  • Militares e oficiais do Exército têm direito a prisão especial.
  • Os réus podem cumprir pena em alas específicas de presídios ou em instalações das Forças Armadas.

Núcleos da denúncia

A PGR dividiu a denúncia em quatro núcleos. O julgamento desta semana envolve o núcleo 1, considerado crucial, que inclui Bolsonaro. Os demais núcleos estão em fase de alegações finais e devem ir a julgamento ainda este ano.


Perguntas e respostas

Quando começa o julgamento de Bolsonaro?
Na próxima terça-feira, 2 de setembro, às 9h.

Quantas sessões estão previstas?
Oito, entre os dias 2 e 12 de setembro.

Quem mais está no banco dos réus?
Generais, ex-ministros e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens.

Quais crimes estão sendo julgados?
Organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, entre outros.

Pode haver prisão imediata?
Não. A prisão só poderá ocorrer após o julgamento dos recursos.