O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceu de surpresa no Supremo Tribunal Federal (STF) na manhã desta terça-feira (25), momentos antes do início do julgamento que decidirá se ele e outros sete aliados se tornarão réus por envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado após a eleição de 2022. A chegada repentina pegou até aliados de surpresa, já que muitos acreditavam que o ex-chefe do Executivo não compareceria. (Assista ao vivo abaixo)
Acompanhado de um grupo de deputados federais do PL, como Luciano Zucco (PL-RS) e Evair de Mello (PL-ES), Bolsonaro foi direto ao plenário da Corte e cumprimentou os presentes. Ao brincar com os jornalistas e parlamentares, disse que quase “tomou um esculacho” da segurança ao entrar no prédio.
Os parlamentares que acompanharam o ex-presidente informaram que pretendem obstruir as votações no Congresso enquanto durar o julgamento no STF, em protesto contra a denúncia.
Julgamento histórico no STF
O Supremo Tribunal Federal iniciou nesta terça-feira a análise da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e outros sete ex-integrantes de seu governo, por suposta tentativa de se manter no poder após a derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro de 2022.
A PGR acusa o grupo de formar uma organização criminosa com o objetivo de executar um golpe de Estado, além de cometer crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado com violência, e deterioração de patrimônio tombado.
Segurança reforçada e transmissão ao vivo
Diante da importância e da repercussão do caso, o STF montou um esquema especial de segurança, com apoio da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Além do policiamento reforçado, houve varredura antibombas na véspera da sessão e restrições no controle de acesso ao prédio. Também foi adotado monitoramento cibernético contra possíveis ataques virtuais.
A sessão, de grande expectativa nacional, está sendo transmitida ao vivo pela TV Justiça, algo incomum nas turmas do STF, onde casos como este são julgados. Outro destaque é a presença do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que fará pessoalmente a sustentação oral, tarefa geralmente delegada a subprocuradores.
A Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros, decidirá se aceita ou não a denúncia. Caso aprovada, os acusados passarão a ser réus em ação penal perante a mais alta Corte do país.