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VÍDEO: Ondas gigantes marcam a última sessão do Itacoatiara Big Wave 2022

Organização do IBW planeja incluir sessão de tow-in na Ilha Mãe na edição de 2023 | Foto: Tony D´Andrea
Organização do IBW planeja incluir sessão de tow-in na Ilha Mãe na edição de 2023 | Foto: Tony D´Andrea

A elite do surfe de ondas grandes encarou ondas de mais de quatro metros, nesta terça-feira (30), para disputar a segunda e última sessão de tow-in do Itacoatiara Big Wave 2022, na Praia de Itacoatiara, Região Oceânica de Niterói. Rebocados por jet-ski, os big riders aproveitaram a entrada de um swell e encararam ondas desafiadoras que batiam na Laje do Shock (atrás da Pedra do Pampo) e ganhavam um volume ainda maior e com mais dificuldade para os competidores. (Vídeo abaixo)

Para segurança dos atletas, foi montado um grande esquema logístico pela organização do evento, o mesmo adotado pela Liga Mundial para o surfe de ondas grandes em Nazaré. As equipes foram divididas em duas baterias, cada uma com duração de 50 minutos. Os atletas entraram na água três vezes durante toda a sessão, seguindo uma ordem previamente definida para a chamada. Como o mar estava muito irregular, a organização decidiu esperar que acalmasse para, então, começar a sessão às 8h, seguindo até às 13h. Os surfistas não desistiram das ondas mesmo durante a chuva.

Além disso, em conjunto com pilotos e surfistas, foram desenvolvidas rotas de navegação para colocação do atleta na onda e seu resgate após a surfada. Idealizador da prova, o presidente da Associação de Surf de Ondas Grandes e Tow-In de Niterói, Alexey Wanick, reiterou que o esquema logístico foi fundamental para oferecer mais segurança na negação e melhores condições de surfe para os atletas.

“Quando percebemos que o mar ainda não estava em condições adequadas para iniciar a competição, resolvemos colocá-la em espera até oito da manhã. A partir daí, as baterias começaram. O tempo também teve um momento que ficou muito adverso, choveu bastante. Mas, logo depois, a chuva parou, o tempo abriu, o mar se transformou e nós tivemos, então, ondas incríveis sendo surfadas, bastante potentes e tubulares. Nós trabalhamos bastante a segurança aquática e os procedimentos de navegação junto dos atletas. Também temos que dar destaque para nossa pilotagem, que colocou os surfistas em ótimas ondas. Sabemos que praticamos um esporte que é bonito, mas é um esporte com um risco bastante elevado,” explicou Alexey.

Ele contou, ainda, que o projeto para o ano que vem seguirá com essas duas modalidades e há planos de se incluir, além do tow-in na Laje do Shock, o tow-in também na Ilha Mãe, outra locação bastante diferenciada com ondas de qualidade aqui na região de Niterói.

O desafio desta terça-feira contou com os big riders: Gabriel Sampaio, Ziul Andueza, Gutemberg Goulart, Paulo Diego Imbica, Willyam Santana, Ilan Blank, Lucas Chumbo, Alemão de Maresias, Victor Gioranelli, Guilherme Hillel, Valentin Neves, Michaela Fregonese, Kleber Pires, Fabiano Passos, Mauro Belo, Marcos Monteiro, Daniel Rodrigues, Facundo Arreyes e Victor Gioranelli e Aurélio Leal.

As melhores performances do dia ficaram por conta de Willyam Santana e Lucas Chumbo, que pegou uma onda de quatro metros de altura. “Eu me achei hoje muito melhor do que da última vez, então eu fiquei feliz com a minha performance. Capitão Lemos também me jogou em várias ondas, então eu acho que valeu, né?! Sonho realizado da gente ter um evento aqui em Niterói, lugar que prestigia a gente com os maiores swells, as maiores ondulações do ano e ter um campeonato aqui no Shock é um sonho maior realizado, ainda mais um campeonato de tow-in tendo uso do jet-ski e da dupla. Cara, faz toda a diferença e é isso que o big surf precisa no Brasil”, disse Chumbo.

O sergipano Willyam Santana falou sobre o desafio de surfar em um mar com condições extremas, como o de Itacoatiara. “Hoje foi mais um dia irado aqui no Shock. Todos os atletas presentes, as condições estavam bem extremas, o mar estava balançando bastante, mas, como já diz o nome: é Shock! Tinha bastante onda e algumas vinham muito grandes, muito ogras. Eu consegui pegar um número de ondas muito grande, creio que eu peguei umas dez ondas. Peguei duas muito grandes e não consegui sair dos tubos, mas o mar estava difícil, mas como sempre muito desafiador e muito irado”.

Pioneiro no tow-in em Itacoatiara, o bodyboarder Luís Eduardo Melo, o Dudu Pedra, comemorou a sessão na Laje do Shock. “É muito legal ver o cenário do surfe hoje trazendo o tow-in para a Laje do Shock. É uma onda que começou a ser explorada pelos bodyboarders nos anos 80 e a minha geração, junto com Guilherme Corrêa e vários outros, estava chegando no limite da onda na remada quando surfamos o tow-in pela primeira vez aqui. A partir dali o pessoal viu que é possível fazer, porque até então era aquele lugar onde ninguém podia chegar, era uma onda que não podia ser surfada nessas condições. E agora eles estão explorando e passando desses limites. É algo muito novo, muito legal de se ver. Eles estão descobrindo as bordas, as fronteiras, até onde podem chegar”, disse.

Dudu Pedra | Foto: Tony D’Andrea

Imagens registradas por Matheus Couto

Formato da competição

Após o encerramento da janela nesta terça-feira, o material será julgado por uma comissão de arbitragem profissional, utilizando os critérios da Liga Mundial para o surfe de ondas grandes. A competição tem premiação total de R$ 100 mil, inclusive para cinegrafistas e pilotos de jet-ski que atuaram no reboque de atletas.

O IBW 2022 é a 1ª competição de surfe de ondas grandes do Brasil simultânea de remada e tow-in. As provas foram abertas para surfistas consagrados e amadores, homens e mulheres, que se inscreveram enviando os vídeos das ondas surfadas para a organização do evento. As chamadas foram realizadas com base na previsão das grandes ondulações (swells). Na Praia de Itacoatiara aconteceu a chamada para surfe na remada e na Laje do Shock (atrás da Pedra do Pampo Clube), para o tow in.

A primeira janela do campeonato atingiu séries de sete metros e os big riders tiveram que entrar no mar de jet-ski pela Praia de Itaipu para conseguirem descer nas remadas. Já na primeira sessão de tow-in, modalidade que começou nos anos 90, no Havaí, e vem se consolidando a cada ano como forma de competição, as ondas chegaram a três metros e os surfistas deram um show nas águas de Niterói.

Patrocínios

O campeonato tem patrocínio da Enel Distribuição Rio, da Secretaria de Esportes e Lazer de Niterói e da Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur), com apoio da Arenque Surfboards, IBMR Centro Universitário, Organics e E-Vianna Personal.

O Secretário Municipal de Esportes e Lazer, Luiz Carlos Gallo, relembra que Niterói cada dia mais se reafirma como celeiro de atletas de qualidade em diversas modalidades, entre elas, o surfe. “Niterói é um celeiro de atletas e tem a tradição de sediar diversos eventos esportivos. É uma cidade que respira esporte. Pesquisei para entender como funcionava esse tipo de esporte para adaptá-lo para nossas praias e dar apoio na organização dos torneios de ondas gigantes na cidade. E, mais uma vez, tivemos a presença de atletas consagrados mundialmente disputando provas de surfe em Itacoatiara”, afirma Gallo.