O Itacoatiara Big Wave realizou, neste sábado (27), na praia de Piratininga, a primeira clínica de tow-in de Niterói para crianças e adolescentes. Indicados pela Associação de Surfe de Niterói e pelo Piratininga Surfe Clube, dez meninos e três meninas foram apresentados aos equipamentos de tow-in, modalidade na qual o atleta é rebocado por um jet-ski, e procedimentos de segurança. Depois, iniciaram as técnicas básicas de subida no cabo, esquiada e resgate. A ação não é válida pela competição e busca iniciar a formação de jovens com potencial de se tornarem surfistas de ondas grandes na Região Oceânica da cidade, que é um celeiro do surfe nacional.
Morador de Itacoatiara, o estudante João Peixoto, de 11, chegou na aula cheio de planos para manter essa tradição de Niterói no esporte. “Eu comecei a surfar com cinco anos e a fazer aula com nove, por influência do meu tio-avô. E hoje vim aprimorar o meu desempenho, porque eu sonho em pegar ondas grandes mais pra frente, então preciso aprimorar o meu tow-in”, contou o pequeno, que é fã de Gabriel Sampaio, um dos atletas que ministraram a clínica.
“É muito importante fazer esse trabalho, ainda mais um projeto tão sério e tão bonito como o Piratininga Surfe Clube. Eu estou muito feliz de estar aqui e ver a quantidade de crianças participando. A galera está em um nível bem avançado, focada e tem um potencial muito grande para o big surfe de Niterói continuar um legado que já tem anos de tradição”, afirmou Gabriel, um dos fortes candidatos ao título de campeão do Itacoatiara Big Wave 2022.
Também participaram do projeto os surfistas Daniel Rodrigues, Nando Fernandes, Ziul Andueza e Michaela Fregonese, que ficou impressionada com a quantidade de meninas presentes na aula. Além da clínica, alunos e alunas da Pira Surfe Clube, escolinha de surfe do Piratininga Surfe Clube, aproveitaram a presença dos ídolos para interagir e participar da iniciativa, o que incluiu passeio de jet-ski.
“Quando eu cheguei aqui e vi tantas meninas, fiquei bem emocionada, porque somos tão poucas big riders e nós precisamos de mulheres que se inspirem na gente. É importante deixar um legado para que elas façam como fazemos, com amor e dedicação, que é isso que a gente gosta”, destacou Michaela, que desceu a maior onda já surfada por uma atleta feminina em Itacoatiara, de quatro metros, durante a primeira sessão do IBW 2022.
Quem se inspirou bastante foi a moradora de Itacoatiara Maria Eduarda Mergulhão, a Duda, de 24, que surfa desde pequena, por influência do pai. “O surfe está na minha família desde sempre. Desde muito pequena aprendi a surfar, mas não levei muito pra frente. Quando eu fiz 15 anos, entrei na escolinha e foi quando eu aprendi mesmo, tomei gosto e não parei mais. Desde então estou persistente e evoluindo. E hoje aprendi mais sobre o tow-in com a galera casca grossa. Eu quero aproveitar essa experiência para quando tiver uma outra oportunidade com ondas maiores, o surfe sair mais tranquilo”, contou a jovem arquiteta.
Alunos da clínica vão participar de sessão de tow-in
Os alunos terão também a oportunidade de participar de uma sessão de tow-in ainda a ser agendada. Para o diretor do Itacoatiara Big Wave, Alexey Wanick, foi uma grande troca de experiência entre promessas do surfe de ondas grandes e surfistas de alto nível. “Niterói tem algumas das maiores ondas do Brasil e atletas de nível internacional. A clínica de tow-in tem como principal objetivo iniciar jovens surfistas na modalidade, além de permitir a troca de experiência entre eles e os atletas mais experientes na modalidade”, explicou Alexey.
Um dos maiores representantes da comunidade do surfe brasileiro, Ricardo Tatuí destacou a importância do projeto do qual faz parte. “O nosso objetivo é incentivar a garotada, incrementar o local, uma vez que Piratininga é importante para o surfe de Niterói, e promover a integração entre todos os surfistas, tanto de Itacoatiara, quanto de Itaipu, Piratininga. E aqui, especificamente, a gente está fomentando a continuidade dos atletas de tow-in e de ondas grandes, o que é super importante”, disse o surfista.
A programação da clínica teve ainda aulas de precauções básicas para evitar problemas técnicos no jet-ski e como proceder ao decidir entrar na onda, além da importância da comunicação piloto-surfista. Os atletas e alunos finalizaram a ação indo para o mar de Piratininga e colocando em prática o que foi ensinado.
A clínica de tow-in reforça o compromisso socioambiental do Itacoatiara Big Wave, que na semana passada se tornou o primeiro evento neutro em carbono de Niterói. Voluntários e surfistas plantaram 100 mudas de restinga na área do Projeto de Restauração Ecológica e Inclusão Social para compensar as emissões de carbono da competição, que termina no próximo dia 31.
O Itacoatiara Big Wave tem patrocínio da Prefeitura de Niterói, através da Secretaria de Esportes e Lazer de Niterói e da Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur), da Enel Distribuição Rio, apoio da Arenque Surfboards, IBMR Centro Universitário, Organics e E-Vianna Personal.